GABARITO: ALTERNATIVA D

Questão excelente da USP SP para recordarmos o tratamento da apendicite aguda!

Temos um paciente masculino com dor em fossa ilíaca direita (FID), de evolução arrastada (12 dias), associada a febre, anorexia e queda do estado geral. Isso nos leva a pensar em um quadro de apendicite aguda complicada, devido ao tempo de evolução. Apresenta massa palpável na FID, ausência de irritação abdominal e está estável hemodinamicamente, o que fala contra a uma apendicite com perfuração livre para a cavidade abdominal e peritonite difusa, que teria indicação de cirurgia de urgência. A presença de leucocitose e aumento importante da PCR reforçam a nossa hipótese diagnóstica. E a tomografia de abdome confirma ao evidenciar uma coleção em região periapendicular, que, associada aos achados clínicos e laboratoriais, sugere uma apendicite complicada com abscesso intracavitário de aproximadamente 10 cm de diâmetro.

Vamos resumir o tratamento da apendicite aguda:

Apendicite aguda não complicada: apendicectomia, de preferência por laparoscopia;

Apendicite aguda complicada com peritonite difusa ou paciente instável: Laparotomia ou laparoscopia (se estável) + antibioticoterapia;

Apendicite aguda complicada com fleimão: pode ser realizado somente antibioticoterapia endovenosa por 4 a 7 dias, e programar a apendicectomia de intervalo posteriormente. Esta conduta é feita com a finalidade de evitar ressecções intestinais amplas.

Apendicite aguda complicada com abscesso periapendicular ≥ 4 cm e paciente estável: Apendicectomia de intervalo:

 Drenagem percutânea do abscesso intracavitário guiada por exame de imagem (ultrassonografia ou tomografia)

 Antibioticoterapia endovenosa

 Pacientes adultos (> 40 anos): colonoscopia em 6 a 8 semanas para descartar a presença de neoplasias

 Programar a apendicectomia

 Se houver falha durante o tratamento conservador (febre, leucocitose): apendicectomia de resgate.