Estrategista, questão bem direta sobre a área de referência de cada um dos nervos da região inguinal! Este tema é importantíssimo, pois as lesões nervosas são uma das principais complicações após a cirurgia para correção de uma hérnia inguinal.

Não há dúvida que a dor apresentada pelo paciente no enunciado tem característica de dor do tipo neuropática. Observe bem a caracterização de sensação de queimação, formigamento, choque elétrico ou pontada. A dor crônica pós-cirurgia de hérnias, que persiste por mais de 3 meses, recebe o nome de inguinodinia, sendo o aprisionamento de um dos nervos da região a sua principal etiologia.

A tríade clínica caracterizada por dor do tipo neuropática no trajeto de um dos nervos da região, associada a alteração de sensibilidade no trajeto do nervo e alívio da dor por infiltração anestésica do nervo, deve sempre levar a suspeita de neuralgia pós-herniorrafia.

Os nervos mais lesados no reparo aberto são o nervo ílio-inguinal, ílio-hipogástrico e o ramo genital do nervo genitofemoral. No reparo laparoscópico, os principais nervos lesados são o nervo cutâneo femoral lateral e o nervo genitofemoral.

A área de cobertura dos nervos pode ser identificada conforme a figura a seguir:

Observando esta figura, podemos identificar os nervos responsáveis pelas áreas de 1 a 4 na figura do enunciado:

1- área amarela: nervo ílio-hipogástrico (inerva o hipogástrio);

2- área laranja: nervo ílio-inguinal (inerva a parte lateral do escroto e a parte medial da coxa);

3- área azul: nervo genitofemoral (o ramo femoral inerva a parte anterior da coxa e o ramo genital inerva a maioria do escroto);

4- área rosa: nervo cutâneo femoral lateral (inerva a parte lateral da coxa).

Observe ainda que a figura do enunciado demonstra os nervos desde a sua origem até a sua respectiva área. Esta anatomia é importante no reparo de hérnias de parede lateral, conforme observado na figura a seguir:

Os nervos ílio-hipogástrico e ílio-inguinal estão localizados mais profundamente na parede abdominal no seu curso inicial, posteriormente ao músculo transverso, perfurando o músculo oblíquo interno em um ponto medial e superior à espinha ilíaca anterossuperior. O nervo ílio-hipogástrico está localizado mais cranialmente em relação ao ílio-inguinal, durante seu trajeto.

O nervo genitofemoral divide-se em ramos genital e femoral. Este detalhe pode ser visto na figura do enunciado, pois o nervo em azul divide-se em dois.

Por fim, o nervo cutâneo femoral lateral emerge da borda lateral do músculo psoas, como pode ser visto na figura acima e na do enunciado, e passa abaixo do ligamento inguinal para inervação da parte lateral da coxa.

Vamos avaliar as alternativas: