GABARITO: ALTERNATIVA C

As lesões de uretra não são comuns, correspondem a 4% de todas as lesões do trato geniturinário. A lesão uretral é mais frequente no sexo masculino e pode ser causada por

traumas contusos, penetrantes e iatrogênicos (causa mais comum de lesão, principalmente na passagem de cateter vesical).

A uretra masculina divide-se em duas partes, anterior e posterior ao nível do diafragma urogenital. Cada segmento uretral apresenta um mecanismo de lesão diferente, com condutas também diferentes.

● Uretra anterior: fossa navicular, uretra peniana e uretra bulbar (85% dos traumas uretrais ocorrem na uretra bulbar). O tipo mais comum de trauma na uretra é o traumatismo direto fechado, causado pela queda contra um objeto duro, chamada de "queda a cavaleiro" ou lesões em "selim", em que a uretra bulbar é “esmagada” contra os ramos púbicos, resultando em lesão parcial ou completa.

● Uretra posterior: uretra membranosa e uretra prostática. As lesões geralmente ocorrem na uretra membranosa e estão associadas à fratura pélvica, decorrente de traumas de alta energia, sendo que o risco de lesão uretral varia de acordo com o tipo de fratura. As fraturas de maior risco de lesão uretral são as fraturas pélvicas anteriores (dos ramos púbicos) e as fraturas instáveis (“livro aberto”).

Veja que o paciente apresenta indícios de lesão da uretra anterior: o famoso “hematoma em asa de borboleta” (que ocorre por ruptura da fáscia de Buck e pode estender-se para o escroto e para o abdome ao longo das camadas da túnica de Dartos e da fáscia de Scarpa) e a presença de uretrorragia.

O diagnóstico da lesão uretral é baseado no mecanismo do trauma, nos sinais e sintomas clínicos, e confirmado pela uretrocistografia retrógrada ou uretrografia retrógrada. Deve-se evitar o cateterismo uretral antes de uma avaliação radiográfica, pelo risco de transformar uma simples laceração uretral ou uma ruptura incompleta em uma transecção completa. A alternativa correta é a alternativa C).

O principal objetivo imediato no tratamento destas lesões uretrais é fornecer drenagem urinária da bexiga e evitar mais lesão. Poucas lesões uretrais requerem reparo cirúrgico agudo. Uma abordagem retardada quase sempre pode ser implementada. Para lesões na uretra posterior ou anterior, se estiver presente extravasamento na uretrografia retrógrada, deverá ser inserido um cateter suprapúbico, em vez de instrumentos na uretra traumatizada – através de cistostomia percutânea ou cirúrgica aberta. A reconstrução da uretra é realizada em um segundo tempo cirúrgico.

Vamos avaliar as demais alternativas: