Homem, 55 anos, branco, refere antecedentes de hipertensão arterial de longa data e infarto do miocárdio aos 49 anos. Procura unidade hospitalar e é internado com dispneia aos pequenos esforços, associada a edema acentuado em membros inferiores. Exame físico na admissão: ausculta cardíaca com terceira bulha, crepitações pulmonares em metade inferior de ambos os pulmões, PA = 110x70 mmHg e boa perfusão periférica. Exames complementares: radiografia de tórax = cardiomegalia e congestão pulmonar bilateral; ecocardiograma = acinesiada parede inferior e hipocinesia difusa das demais paredes do ventrículo esquerdo, com fração de ejeção de 31%. O eletrocardiograma está ilustrado a seguir.


Durante a internação hospitalar, recebeu furosemida e enalapril em doses plenas, cursando com melhora dos sintomas. Tolerou a administração de carvedilol, na dose de 12,5 mg a cada 12 horas. O paciente permaneceu estável clinicamente, com exames laboratoriais evidenciando função renal normal e ausência de distúrbios eletrolíticos. Foi realizada avaliação anatômica e funcional de coronárias = sem necessidade ou possibilidade de revascularização. No momento da alta hospitalar a prescrição médica desse paciente era: enalapril 20 mg a cada 12 horas, furosemida 40 mg 1x ao dia, AAS 100 mg, atrovastatina 40 mg e carvedilol 12,5 mg a cada 12 horas.
Após 6 meses da alta hospitalar, o paciente permanecia em uso regular dos medicamentos prescritos, em classe funcional II da New York Heart Association. Foi realizada troca do enalapril para valsartana com sacubitril, em dose máxima e bem tolerado. As reavaliações ecocardiográfica e laboratorial não apresentaram alterações significativas. O paciente permaneceu sintomático, em classe funcional III da New York Heart Association, após a otimização terapêutica.
Nesse momento, indica-se