Juliana é uma jovem médica de família e comunidade (MFC), recém-egressa do programa de residência. Ela iniciou suas atividades como médica da Estratégia Saúde da Família na equipe de uma Unidade Básica de Saúde de um bairro periférico em sua cidade natal, onde sempre sonhara trabalhar e contribuir para o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde. Ao se apresentar para o trabalho, na primeira semana, a diretora da unidade conversou com ela, e o diálogo entre as duas está reproduzido abaixo. Elisete: Doutora, em qual dia da semana a senhora vai atender as pacientes que fazem pré-natal? A nossa área tem muitas gestantes, algumas delas de alto risco, e estávamos pensando se não poderíamos ofertar esse tipo de atendimento em mais de um dia na semana. Juliana: Claro, Elisete. Se temos muitas gestantes no território, penso que até seria mais interessante ofertarmos consultas de pré-natal todos os dias da semana, de forma que eu também possa atender às demais demandas que surgirem. Elisete: Isso é possível, doutora? - questionou Elisete assustada com a proposta, mas aliviada pela compreensão da médica. Juliana: Sim. Precisamos organizar a minha agenda de acordo com as necessidades do território e a capacidade de oferta do nosso serviço. Inclusive, precisamos saber se o nosso enfermeiro também poderia fazer o mesmo com a agenda dele. Elisete: Ah doutora, sobre isso, nem se preocupe! Ele mesmo já vinha refletindo sobre essa necessidade há um tempo. Juliana: Ótimo, Elisete! Fico muito feliz com a abertura a mudanças. Penso que também seria interessante estudarmos, porque temos tantas gestantes na nossa área e seria bom propormos alguma atividade sobre isso, seja um grupo de planejamento familiar ou de gestantes. O que acha? Elisete: Muito bom! Vou conversar com o pastor hoje mesmo para saber se podemos usar o salão da igreja para essas atividades. Imagino que vá aparecer bastante gente interessada, e não temos tanto espaço assim na unidade.
Um dos princípios da Medicina de Família e Comunidade que esse diálogo ilustra é: