O déficit de base mede o excesso de ácido no sangue e é um indicador de acidose metabólica, que pode ocorrer em situações de má perfusão tecidual e choque. Sendo, inclusive, o indicador laboratorial de escolha para classificação do choque, segundo o ATLS.

Agora, perceba o seguinte: em um contexto de choque hipovolêmico os níveis de base défict (BD), refletem, ao final das contas, os níveis de ácido lático, ou seja, de lactato. Portanto, BD e lactato estão intimamente relacionados.

A pegunta que fica é: por que o ATLS escolheu base défict como indicador laboratorial choque? A resposta está calcada no fato de que não não são todas as maquinas de gasometria point-of-care que dosam lactato. Isso é especialmente verdadeiro em países em desenvolvimento com o Brasil.

Desse modo, o Base défict é um indicador de choque confiável e mais "democrático" que o lactato.

Em resumo, como ficamos?

O lactato é um saubproduto do metabolismo anaeróbio mais específico para o diagnóstico de choque, no entanto, nem sempre poderá ser dosado em decorrência de limitações tecnológicas.

O Base défict, por outro lado, apesar de menos específico é o marcador de escolha no contexto de trauma. Afinal, qualquer maquina simples de gasometria pode entregar esse valor.

Assim sendo, quaando a alternativa utiliza o termo melhor, devemos perguntar em qual contexto. Técnicamente, o lactato é um marcador mais específico, portanto, melhor. Entretanto, não é todo equipamento de gasometria ou laboratório poin-of-care capaz de dosá-lo, o que faz com que o o base défict se torne o exame laboratorial de escolha.