Minha Morte Nasceu..
Minha Morte nasceu quando eu nasci
Despertou, balbuciou, cresceu comigo
E dançamos de roda ao luar amigo
Na pequenina rua em que vivi
Já não tem aquele jeito antigo
De rir que, ai de mim, também perdi
Mas inda agora a estou sentindo aqui
grave e boa a escutar o que lhe digo
Tu que és minha doce prometida
Nem sei quando serão nossas bodas
Se hoje mesmo... ou no fim de longa vida
E as horas lá se vão loucas ou tristes
Mas é tão bom em meio as horas todas
Pensar em ti, saber que tu existes
Mário Quintana
Poesia completa.
Nova Aguilar,2005
Suponha que você, na qualidade de estudante do internato supervisionado de clínica médica, seja acionado pela regulação do home care, juntamente com o professor assistente de plantão pertencente à área de cirurgia geral, para uma visita domiciliar a paciente que se encontrava em fase terminal devido à carcinoma mestatásico do reto. Ao chegar à residência, ouviu o lamento do enfermo:
Tenho muita dor e as pessoas perdem a paciência comigo. Elas acham que é frescura e que sinto dor porque quero.(choro). A dor é muito forte. Às vezes acho que não vou agüentar, não vou dar conta, peço a Deus para me levar o quanto antes. Quando os médicos vêm imploro para que me dêem um remédio mais forte pra tirar a dor, e o que acontece? Eu acho que eles esquecem, eu continuo tendo dor.
FIGUEIREDO, M.T.A., Coletânea de Textos sobre Cuidados Paliativos e Tanatologia. (com adaptações).
Ao exame clínico, o paciente encontrava-se consciente, dispneico aos médios esforços, taquicárdico, caquético, portador ascite de médico volume, já puncionada cinco vezes nos últimos 45 dias.
Suponha, ainda, que o professor lhe perguntou o que achava de tomar algum outro cuidado além da sedação da dor. Nessa situação, seria correto você responder ao cirurgião que a ação da equipe consistiria em unir os cuidados paliativos a uma proposta de cuidados mais humanizada, não como uma obrigação, mas, sim, como um ato de respeito e solidariedade, acompanhados de