Estrategista, esta paciente tem um diagnóstico de lesão epitelial de alto grau em colo uterino. Devemos entender que se trata de um diagnóstico anatomopatológico, ou seja que este diagnóstico foi feito através de uma biópsia do colo uterino.

O procedimento excisional é o método padrão para o tratamento da lesão intraepitelial de alto grau, pois permite a obtenção de material para análise histológica e exclusão de foco de câncer microinvasor ou invasor. As diretrizes brasileiras reforçam que mulheres com NIC 2/3 (lesões de alto grau) devem se submeter a procedimento excisional. Exceções a essa regra ocorrem em gestantes e, em alguns casos, adolescentes.

A histerectomia é inaceitável como terapia primária para as lesões intraepiteliais de alto grau, pois confere maior morbidade e dificulta o seguimento, já que as lesões HPV induzidas podem ficar “escondidas” na sutura da cúpula vaginal.

Esse procedimento só tem indicação quando há comorbidades benignas associadas que necessitam da cirurgia. Entretanto, é necessário procedimento excisional prévio para exclusão de foco malignidade, para posterior realização da histerectomia.

O nome correto para o tratamento excisional é Exérese de Zona de Transformação (EZT), já que o objetivo do tratamento é retirar onde a lesão está, na zona de transformação do colo uterino. A classificação dos tipos de excisão foi feita baseada no tipo de zona de transformação da paciente:

- EZT tipo 1: será retirado até 1 cm de canal endocervical. É destinado para o tratamento de doença ectocervical ou que não se estende mais de 1 cm no canal endocervical (zona de transformação tipo 1).

- EZT tipo 2: para tratar lesões que ocupam uma zona de transformação do tipo 2. Será retirado entre 1,5 e 2 cm de canal endocervical

- EZT tipo 3: tratamento de lesões que ocorrem na zona de transformação tipo 3. Será retirado entre 2 e 2,5 cm de canal endocervical.

Você verá que ainda existe confusão entre os termos EZT, cirurgia de alta frequência (CAF) e conização. Eles podem ser utilizados como sinônimos nas questões quando a resposta é indicar o tratamento excisional.

Cirurgia de alta frequência (CAF) é uma técnica eletrocirúrgica para a realização da EZT. É um processo de corte e/ou coagulação tecidual que utiliza corrente alternada de alta potência para retirar a área lesionada com mínimo dano ao órgão.

Conização nada mais é do que uma EZT do tipo 3. Tem esse nome pois, como é retirado grande parte do canal endocervical, a peça fica semelhante a um cone.

Pode ser feita através de técnica eletrocirurgia, com eletrodo alça ou eletrodo agulha, ou com bisturi frio. Este último teria a vantagem de evitar a fulguração das margens, uma possiblidade da eletrocirurgia.

Agora vamos analisar as alternativas: