Estrategista, esta paciente tem 42 anos e apresenta um quadro de sangramento uterino aumentado, dismenorreia e aumento do volume uterino. A ultrassonografia mostra um útero com miométrio heterogêneo e cistos miometriais. Este quadro é característico da adenomiose.

A adenomiose é definida como a invasão do tecido endometrial no miométrio. O diagnóstico definitivo da adenomiose é “classicamente” feito nos úteros provenientes de histerectomia onde verificamos a presença de tecido endometrial entremeado no miométrio.A adenomiose se caracteriza histologicamente pela invasão benigna do endométrio no miométrio além de 2,5 mm de profundidade.

Aproximadamente um terço das mulheres com adenomiose são assintomáticas.

Os principais sintomas da Adenomiose são o sangramento uterino anormal (hipermenorreia e menorragia) e a dismenorreia.

Outros possíveis sintomas são a dor pélvica crônica e a infertilidade, que podem estar presentes não somente pela Adenomiose, mas devido a um quadro de endometriose associada.

A adenomiose pode aumentar o volume do útero, podendo chegar a causar sintomas compressivos dos órgãos adjacentes (mas isto é bastante raro).

Em geral, os sintomas ocorrem entre os 40 e 50 anos de idade. Isso pode acontecer porque a fisiopatologia da adenomiose depende do estímulo cumulativo do estrogênio, mas também pode ser que isto aconteça simplesmente porque esta é a idade em que ocorre a maior porcentagem de histerectomias.

O toque bimanual em mulheres com adenomiose pode mostrar um útero móvel, aumentado de forma difusa, superfície lisa e consistência macia (“esponjoso”). Esse aumento não costuma ultrapassar o correspondente a 12 semanas de gestação e por isso é incomum a ocorrência de sintomas compressivos dos órgãos adjacentes. Ocorre devido à proliferação do endométrio juntamente com a hiperplasia e hipertrofia das células no miométrio. A palpação e mobilização do útero pode ser um pouco dolorosa.

O diagnostico definitivo da adenomiose uterina é histológico, feito através do estudo anatomopatológico, após a ressecção de um adenomioma, ou do útero após a histerectomia. Entretanto, podemos fazer o diagnóstico presumido da doença a partir da clínica e dos exames de imagem. Os exames de imagem mais utilizados são a ultrassonografia e a RNM, sendo o melhor a ressonância magnética.

Para as mulheres sem prole constituída, o tratamento hormonal pode ser eficaz no tratamento do sangramento uterino anormal e dismenorreia. Mas estes medicamentos impedem a gravidez, podendo ser utilizados somente até o momento em que a paciente deseje engravidar. O SIU de levonorgestrel é a primeira escolha de tratamento clínico para a adenomiose.

A histerectomia é o tratamento definitivo para a adenomiose. Como a doença está confinada ao corpo do útero, os ovários podem ser conservados.

Agora vamos analisar as alternativas: