Mulher com 18 anos de idade, solteira, primigesta, decidiu interromper sua gravidez indesejada, procurando uma clínica clandestina de aborto. Após o procedimento, a paciente foi liberada para casa com fortes dores pélvicas. Não procurou atendimento imediato com medo de ser discriminada, ou mesmo presa, por ter feito um aborto ilegal. Após três dias, com febre alta e fortes dores, procurou a Maternidade, onde foi internada com diagnóstico de abortamento infectado. A despeito do tratamento antimicrobiano, o quadro clínico da paciente deteriorou e ela evoluiu em 48 horas para um quadro de abdome agudo. Foi realizada laparotomia exploradora, sendo evidenciadas diversas perfurações em alças intestinais, com presença de material fecaloide e purulento em cavidade peritoneal, sendo a paciente tratada com sutura intestinal e limpeza exaustiva da cavidade. Encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva, a paciente não teve melhora, tendo sido submetida à histerectomia abdominal total dois dias após. No pós-operatório, evoluiu com choque séptico, necessitando da introdução de drogas vasoativas. Permaneceu mais 50 dias internada, evoluindo com insuficiência renal e falência múltipla de órgãos, vindo a falecer 60 dias após a realização do aborto. Ao analisar esse óbito, o médico responsável pelo Comitê de Prevenção e Controle da Mortalidade Materna deve atestar que:
Questão
Revalida Nacional - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)
2013
Revalida
Mulher-com-18-anos204f50bbf0e
A
se trata de morte materna de causa evitável decorrente de erro médico, devido a perfurações uterinas, que causam peritonite e sepse.
B
não é caso de morte materna, pelo fato de o óbito ter ultrapassado 42 dias após o término da gestação.
C
se trata de morte materna de causa obstétrica indireta devido a complicações infecciosas na gravidez.
D
se trata de morte materna de causa obstétrica direta devido a complicações do abortamento
E
se trata de morte materna de causa inevitável devido a quadro séptico generalizado.