GABARITO: ALTERNATIVA B

A hipertrofia do ventrículo esquerdo é caracterizada pelo excesso de massa ventricular. Os valos de referência para a massa ventricular dependem do método de aferição, da fórmula utilizada para estimativa e do sexo do paciente.

Existem basicamente dois tipos de hipertrofia do ventrículo esquerdo: as concêntricas e as excêntricas. Chama-se de hipertrofia concêntrica quando a massa ventricular está aumentada e a espessura relativa da parede miocárdica também, para facilitar o entendimento, denomina-se hipertrofia concêntrica quando o miocárdio está espesso, quando ele cresce para dentro das cavidades. Já a hipertrofia excêntrica ocorre quando a massa total do ventrículo está aumentada, porém suas paredes não estão espessas, ou seja, a massa ventricular aumentou secundariamente a uma dilatação da cavidade. Quando a massa ventricular é normal, mas as paredes do ventrículo esquerdo estão espessas, o termo utilizado é remodelamento concêntrico, ou seja, não há hipertrofia. Essa condição é muito comum em idosos.

Existem várias causas para hipertrofias concêntricas do ventrículo esquerdo. Abaixo listamos algumas delas.

A musculatura miocárdica hipertrofiada perde sua propriedade de relaxamento, causando, dessa forma, disfunções diastólicas por perda da capacidade de acomodação do sangue proveniente do ventrículo átrio esquerdo. Sendo assim, os pacientes com hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo podem apresentar sintomas e sinais clínicos de insuficiência cardíaca, como dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, edema de membros inferiores, turgência jugular etc. À ausculta cardíaca é possível constatar a presença de quarta bulha.

A B4 ocorre ao final da diástole, um pouco antes da primeira bulha. Sendo assim, representa a fase de contração atrial, quando o ventrículo pouco complacente pela disfunção diastólica não é capaz de se acomodar para receber o sangue da contração atrial. A desaceleração abrupta do fluxo causa então o som conhecido como B4. A quarta bulha, portanto, sinaliza disfunção diastólica. Atenção: pacientes com fibrilação atrial não tem contração atrial, sendo assim, não podem apresentar B4, essa situação é frequentemente abordada em provas.

Como na hipertrofia concêntrica o miocárdio cresce para dentro da cavidade ventricular, pode ser que, à radiografia de tórax, a silhueta cardíaca não se apresente aumentada.