GABARITO: ALTERNATIVA A

A questão se refere à abordagem de dor torácica no setor de emergência. Nesse contexto, três parâmetros devem ser avaliados: o tipo de dor torácica, o risco cardiovascular do paciente e o eletrocardiograma. A dor torácica tipicamente anginosa é caracterizada por ser retroesternal, em aperto ou em queimação, com irradiação para o membro superior esquerdo, mandíbula e/ou mento, desencadeada por esforços ou estresse emocional e aliviada pelo repouso ou pelo uso de nitratos. Quanto mais achados típicos a dor do paciente possuir, mais sugestivo de síndrome coronariana aguda será o quadro. O quadro abaixo ilustra os principais tipos de dor nesse cenário:

O eletrocardiograma (ECG), nesse contexto, deve ser realizado e interpretado em até 10 minutos. A conduta terapêutica terá variações dependendo da interpretação eletrocardiográfica. Os pacientes que apresentem supradesnivelamento do segmento ST isquêmico, além das medicações, deverão ser reperfundidos o mais precocemente possível. Para isso você poderá solicitar angioplastia primária ou realizar trombólise química.

O paciente da questão ainda não realizou o eletrocardiograma, porém, de antemão, como a dor torácica é convincente, já sabemos as medicações que devem ser realizadas: AAS, clopidogrel, heparina e estatinas. Os betabloqueadores, IECAs ou BRAs, nitratos e morfina, que, em geral, podem fazer parte do tratamento das síndromes coronarianas agudas, devem ser evitados neste momento devido à hipotensão.

O tratamento medicamentoso na síndrome coronariana aguda, pode ser lembrado pelo acróstico MONABICH:

Morfina: em casos de dor refratária aos nitratos.

Oxigenioterapia: para pacientes com saturação de O² <92%.

Nitratos: para pacientes com dor e sem contraindicações. Deve ser evitado em casos de hipotensão.

AAS: é fundamental em todas as síndromes coronarianas agudas.

Betabloqueador: principalmente em pacientes hipertensos e taquicárdicos.

Inibidores de ECA: caso o paciente esteja hipertenso.

Clopidogrel: em todos os pacientes, podendo ser substituído por prasugrel ou ticagrelor.

Heparina: realizar anticoagulação com heparina não fracionada venosa ou enoxeparina.