Paciente feminina, 35 anos, recém-casada, foi levada pelo companheiro para uma avaliação médica na UBS de sua região. Dentro do consultório, a paciente pouco interage com a médica residente que a atende, não responde às perguntas, tampouco estabelece contato visual. O marido explica que ambos se conheceram há 6 meses, quando a moça, recém-chegada do Pará, iniciou um trabalho como balconista numa farmácia, onde o rapaz já trabalhava. Casaram-se há 4 semanas em cerimônia sem a presença dos familiares da noiva, que sequer conhecem o marido. O rapaz explica para a médica que há “mais ou menos” 10 dias, a paciente mudou bruscamente seu temperamento extrovertido e simpático, de fala alta, para um comportamento isolado, às vezes intensamente irritada, “aparência de sofrimento”, está calada, passou a dormir a maior parte do dia, limitando-se a ficar deitada na cama de seu quarto, normalmente no escuro. Quando perguntado sobre o histórico prévio da esposa, o jovem diz que não sabe, mas que já mandou mensagem para os familiares da moça e ainda não obteve resposta, justificando que “o sinal de telefone lá na cidade deles é muito pouco”. Neste momento, a preceptora da jovem médica residente entra na sala e a pressiona, dizendo que “a fila é grande” e que não há tempo a perder. Nervosa, a residente apressadamente prescreve uma medicação, e solicita um retorno em 14 dias. Depois de 7 dias, o marido comparece ao acolhimento desesperado, e conta que a esposa está há 3 dias sem dormir, “falando coisas sem parar”, gastando a escassa economia do casal com apostas esportivas, e dizendo frases sem sentidos, como “a minha estrela finalmente brilhou”.
Diante deste caso, assinale, respectivamente: a hipótese presumida pela residente, o diagnóstico adequado mais provável, a medicação prescrita e o efeito colateral observado.