Questão
PR - Universidade Federal do Paraná - UFPR (Complexo Hospital de Clínicas - CHC)
2021
Residência (Acesso Direto)
Primigesta-30-anos124698266c9
Primigesta, 30 anos de idade, branca, casada, com pré-natal iniciado precocemente, gestação bem datada e todos os exames laboratoriais normais, sem queixas, está na 36ª semana de gestação e sempre esteve com níveis pressóricos normais até então. Ela vem à consulta de rotina de pré-natal, na qual se encontram os seguintes parâmetros clínicos: PA 150x95 mmHg; pulso 82 ppm; peso 70 kg, A 168 cm, afebril, corada e hidratada. AU: 33 cm; BCF: 130bpm, com movimentos fetais ativos, apresentação cefálica. O médico reavalia sua PA após um período de repouso, anotando 145x95 mmHg em 3 aferições sucessivas, e caracteriza o diagnóstico de hipertensão arterial, relembrando os aspectos fisiopatológicos dessa condição na gestação.

No que diz respeito à fisiopatologia, a hipertensão gestacional apresenta as seguintes características:
A
desequilíbrio entre fatores pró-angiogênicos, como o VEGF e PLGF (fator crescimento placentário), e fatores solúveis antiangiogênicos, como o sFLT-1 (tirosina quinase1), com predomínio destes últimos.
B
diminuição na produção de prostaglandinas, em especial os tromboxanos, associada à redução no fluxo útero placentário com consequente restrição de crescimento fetal.
C
aumento significativo na secreção de anti-beta2-glicoproteina 1, evento fisiopatológico patognomônico da doença hipertensiva gestacional, com consequente proteinúria e comprometimento da filtração glomerular.
D
hemodiluição, hipercoaguabilidade e lesão endotelial provocada pelo angioespasmo arteriolar universal e instalação de coagulação disseminada.
E
perda da refratariedade ao sistema renina-angiotensina-aldosterona, com consequente diminuição da resistência microvascular e aumento da resistência de grandes vasos e do hormônio peptídico natriurético atrial (PNA).