GABARITO: ALTERNATIVA C

A contaminação do espaço pleural pode ocorrer por via linfática, hematogênica ou direta. As pneumonias são a principal causa e a propagação nesses casos é por contiguidade e se desenvolve entre 35 e 50% das pneumonias, segundo revisão americana de 2012. E cerca de 10% dos derrames pleurais parapneumônicos evoluem para empiema pleural.

O processo de desenvolvimento do empiema pode ser dividido em três fases:

Fase I ou exsudativa: apresenta-se como exsudato reacional, de aspecto claro, não viscoso, com baixa celularidade, ausência de bactérias, pH normal, valor baixo de desidrogenase láctica e glicose normal. O tratamento nesta fase baseia-se no uso de antibioticoterapia sistêmica.

Fase II ou fibrinopurulenta: se o processo não for controlado com o uso de antibióticos, o derrame pode se tornar complicado, com aumento do volume de líquido, da celularidade pleural, da desidrogenase láctica e queda acentuada do pH. Valores de desidrogenase láctica > 1.000 U/l, glicose < 40 mg% e pH < 7,2 são sinais de intenso processo inflamatório, que podem levar a maior deposição de fibrina, com risco de loculações e espessamento pleural. Nesta fase a drenagem pleural é mandatória, associada à antibioticoterapia sistêmica. O uso de fibrinolíticos não é mandatório, mas é potencialmente benéfico, com melhora estatística e clínica na drenagem pleural e redução da permanência hospitalar.

Fase III ou organizada: se persistência do processo, ocorre organização do líquido pleural e formação do tecido de granulação, com uma carapaça compressiva, que restringe a expansão pulmonar (fibrotórax). Neste estágio, a drenagem pleural não é mais efetiva, sendo indicado a intervenção cirúrgica, sendo a decorticação a opção de escolha.