Este é o tipo de questão que você não deve se preocupar, Estrategista. É uma informação altamente específica sobre o tratamento do mieloma múltiplo e, sinceramente, apenas hematologistas precisam saber. Nunca antes este dado foi cobrado em provas e, se eu puder apostar, nunca mais será cobrado, porque não faz sentido que o médio generalista guarde esta informação. Mesmo assim, vamos aproveitar a questão para lembrar um pouco do mieloma?

O mieloma múltiplo é uma neoplasia de plasmócitos, os linfócitos B altamente especializados na produção de anticorpos. Surge um clone neoplásico destas células que prolifera sem controle e começa a causar diversas consequências ao organismo. As principais destas manifestações são os famosos sintomas CRAB:

- hiperCalcemia: por estímulo à reabsorção óssea;

- insuficiência Renal: por acúmulo de proteína monoclonal nos túbulos distais renais;

- Anemia: por inibição na própria medula óssea;

- lesões osteolíticas (do inglês Bone): também por estímulo à reabsorção óssea, tipicamente acometendo o esqueleto axial (crânio, costela e coluna).

Tipicamente, os plasmócitos neoplásicos também produzem anticorpos ou fragmento de anticorpos (cadeias leves) de um único tipo, o que chamamos de proteína monoclonal. Ainda que existam cerca de 3% dos mielomas que não são secretores (não apresentam proteína monoclonal), a identificação desta na maioria dos casos ajuda no diagnóstico. A proteína monoclonal é verificada por exames como a eletroforese de proteínas e imunofixação.

Quanto ao tratamento, atualmente a terapia de escolha do mieloma múltiplo é baseada em esquema de três ou quatro medicações, incluindo quimioterápicos, imunoterápicos e corticoides. Uma destas medicações são os inibidores de BCL-2, um grupo de medicações pró-apoptóticas que, no mieloma, possuem bastante atividade em pacientes com a translocação 11;14. Novamente, esta é uma informação muito específica e você não precisa decorá-la.