Estrategista, na prática clínica é relativamente comum se deparar com sintomas de origem não orgânica, também conhecidos como funcionais ou psicogênicos. Tais sintomas podem ocorrer em qualquer uma das áreas da Medicina e na neurologia, as crises psicogênicas estão entre os fenômenos mais comuns. A diferenciação com uma crise epiléptica propriamente dita é fundamental, uma vez que o manejo é absolutamente diferente, sendo possível expor o paciente a riscos em caso de erro diagnóstico e, consequentemente, terapêutico.

É fundamental que você tenha um conceito em mente: os distúrbios funcionais devem ser diagnosticados a partir de achados positivos e, preferencialmente, múltiplos, devendo-se ter cuidado em se afastar causa orgânica com apenas uma informação. Ou seja, para definir o diagnóstico de distúrbio funcional não basta achar que não é orgânico! É muito importante se ter cuidado com preconcepções acerca do paciente, por exemplo, considerar que determinado fenômeno é psicogênico porque o paciente tem antecedente de doença de psiquiátrica, ou o contrário, afastar a possibilidade de evento psicogênico porque o paciente não tem antecedente de doença psiquiátrica.

Em relação à diferenciação entre crise epiléptica tônico clônica generalizada (CTCG) e crise de origem não epiléptica (psicogênica), talvez, o principal fator seja em relação à preservação da consciência:

1- A CTCG envolve ambos os hemisférios cerebrais e, portanto, necessariamente, leva à perda de consciência. Uma crise “generalizada” com consciência preservada, fechamento forçado dos olhos, sugere um evento psicogênico.

Vamos ver um pouco mais nas alternativas