GABARITO: ALTERNATIVA A

A primeira bulha corresponde ao fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide). Quando existe uma estenose da valva mitral sem muita calcificação, como acontece na doença reumática, o fechamento dessa valva será hiperfonético. Porém, em fases mais avançadas da doença esse achado pode estrar mais presente.

A estenose mitral é causada principalmente por febre reumática. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 95% dos casos ocorrem por essa etiologia.

Os pacientes com estenose mitral têm aumento da pressão no átrio esquerdo e, por isso, podem manifestar como primeiro e principal sintoma a dispneia. Com o transcorrer da doença também pode acontecer edema pulmonar e hipertensão pulmonar secundária. Essa sintomatologia tende a surgir em situações que causem taquicardia, como exercícios físicos, gravidez, episódios de fibrilação atrial etc.

Dentre os sintomas incomuns na prática médica, mas que costumam aparecer em provas de residência temos a hemoptise (por ingurgitamento e ruptura das veias brônquicas) e a rouquidão (por compressão do nervo laríngeo recorrente pelo átrio esquerdo).

Essa valvopatia é causa isolada de embolia sistêmica, sendo 50% dos episódios para sistema nervoso central. Quando associada a fibrilação atrial demanda anticoagulação, que se realizada por via oral, será exclusivamente com varfarina.

À ausculta cardíaca, além de B1 hiperfonética em foco mitral, podemos encontrar estalido de abertura (etiologia reumática), sopro diastólico em ruflar e com reforço pré-sistólico (exceto quando há fibrilação atrial). A segunda bulha pode ser hiperfonética, sobretudo pelo componente P2, devido à hipertensão pulmonar.