ALTERNATIVA CORRETA: D

O tratamento da hipertensão arterial em pacientes afro-americanos sem diabetes apresenta particularidades que devem ser consideradas para otimizar o controle pressórico e reduzir o risco cardiovascular. Segundo as diretrizes da American College of Cardiology (ACC) e da American Heart Association (AHA), os anti-hipertensivos de primeira linha mais eficazes nessa população são os diuréticos tiazídicos e os bloqueadores dos canais de cálcio. Essas classes demonstraram maior eficácia na redução da pressão arterial e na prevenção de eventos cardiovasculares em comparação com inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina II (BRA) quando usados isoladamente (Whelton et al., 2018).

Essa recomendação se baseia em estudos como o Antihypertensive and Lipid-Lowering Treatment to Prevent Heart Attack Trial (ALLHAT), que demonstrou que a clortalidona, um diurético tiazídico, foi superior a outras classes na redução do risco de acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca em pacientes afro-americanos hipertensos. Os bloqueadores dos canais de cálcio, como a anlodipina, também mostraram eficácia significativa no controle pressórico nessa população e são recomendados especialmente quando há contraindicações ou intolerância aos diuréticos tiazídicos (ALLHAT Officers and Coordinators for the ALLHAT Collaborative Research Group, 2002).

Embora os IECA e os BRA sejam menos eficazes na redução da pressão arterial em afro-americanos quando usados isoladamente, essas classes ainda são indicadas quando há condições coexistentes, como doença renal crônica ou insuficiência cardíaca. No entanto, na ausência dessas condições, o uso inicial de diuréticos tiazídicos e bloqueadores de canal de cálcio é considerado a estratégia mais eficaz e segura para o manejo da hipertensão nessa população (Whelton et al., 2018).

A questão é passível de ressalva haja vista mais de uma alternativa que poderia ser assinalada