GABARITO: ALTERNATIVA B

Estrategista, hepatites virais é tema frequente nas provas! Essa questão está difícil, com informações que geralmente não são cobradas. Vamos esclarecer pontos importantes e acertar mais uma!

Vários vírus podem levar à inflamação do fígado, mas temos um grupo de vírus que tem no fígado o seu reservatório e as doenças causadas por eles são chamadas de hepatites virais. São eles: Hepatite A (HAV), Hepatite B (HBV), Hepatite C (HCV), Hepatite D ou delta (HDV) e Hepatite E (HEV).

Hepatite A é uma infecção causada por um enterovírus de RNA com transmissão fecal-oral. A transmissão parenteral é rara, mas pode ocorrer, particularmente pelo contato sexual. É infecção frequente no Brasil, principalmente em aglomerados humanos, com baixas condições de higiene e saneamento básico.

Responsável apenas por quadro de infecção aguda, quando sintomática, sem risco de evolução para hepatite crônica, com perfil benigno na imensa maioria das vezes, mas com risco aumentado de hepatite aguda grave/fulminante quando a infecção ocorre na vida adulta, especialmente em idosos. Hepatite fulminante pode ocorrer em menos de 1% dos casos.

Hepatite B é causada por vírus de DNA e a transmissão é por via parenteral, ou seja, através do sangue e fluidos corporais. Os principais meios de transmissão são por via sexual, percutânea e perinatal (vertical). A transmissão por transfusão de sangue e hemoderivados hoje é quase nula, devido às testagens nos bancos de sangue.

Pode acontecer hepatite aguda ou assintomática, com risco de evolução para hepatite crônica, maior quanto mais precoce é a infecção, chegando a 90-95% em casos de transmissão vertical e apenas de 5-10% quando a contaminação acontece na vida adulta. Na fase prodrômica, pode haver artralgia, febre e urticária, com manifestações semelhantes à doença do soro.

O HCV é um vírus de RNA, com transmissão parenteral. Ele foi identificado em 1989 e, desde então, o risco de transmissão através da transfusão de sangue e hemoderivados caiu muito e hoje é irrisório.

A transmissão ainda pode acontecer através do uso de drogas injetáveis e inalatórias e esse é o principal fator de risco para novas infecções pelo HCV nos últimos 20 anos. A transmissão sexual e vertical é descrita, porém parece não ser muito frequente, estimada em cerca de 3-10%. Hepatite aguda sintomática é rara, sendo mais comum identificar o vírus já em sua fase crônica.

O vírus da Hepatite D ou delta é um vírus de RNA que depende da presença do vírus da Hepatite B para sua replicação e expressão. Pode haver coinfecção, quando a infecção ocorre simultaneamente, ou superinfecção, quando o HDV infecta um indivíduo já com Hepatite B crônica. A transmissão, assim como na hepatite B e C, é parenteral.

O vírus da Hepatite E é um vírus de RNA muito semelhante ao HAV, com transmissão também fecal-oral. É endêmica em países da Ásia, África e América Central, mas rara no Brasil. Em geral, se apresenta como uma hepatite aguda leve, mas pode ser grave em gestantes, com risco de hepatite fulminante em até 20% dos casos. Em geral, também não há risco de evolução para hepatite crônica, assim como na Hepatite A, mas já foram descritos casos de hepatite E crônica em indivíduos imunodeprimidos.

Vamos analisar as alternativas.