GABARITO: ALTERNATIVA E

Essa é uma pergunta MUITO comum nas provas de acesso ao R1. O examinador quer que o candidato entenda a relação existente entre mortalidade infantil especificamente no período pós-neonatal e determinantes sociais de saúde, como moradia, alimentação e principal saneamento básico.

Segundo o artigo 3° da Lei 8.080/90, a alimentação, moradia e saneamento básico são alguns dos determinantes sociais brasileiros. Portanto, eles têm importância não só na mortalidade pós-neonatal, mas também na saúde de outras faixas etárias.

Para que você entenda melhor, vamos relembrar rapidamente o que é a mortalidade infantil e quais são os seus componentes.

A Mortalidade Infantil é o principal indicador de mortalidade em crianças e ele quantifica o número de óbitos que ocorrem desde o primeiro instante de vida até 365 dias de vida incompletos. Em outras palavras, é o risco de morte nos menores de 1 ano.

Ele é calculado da seguinte forma:

Mortalidade Infantil = Número de óbitos em menores de 1 ano x 103

Número total de nascidos vivos

Em geral, o resultado é multiplicado por 103 para que o número de óbitos seja representado para cada 1.000 nascidos vivos (%o NV).

A Mortalidade Infantil pode ser subdividida em dois componentes principais: três componentes e é sobre eles que precisamos falar nessa questão:

A Mortalidade Neonatal, que quantifica o número de óbitos nos primeiros 28 dias incompletos de vida em relação ao total de nascidos vivos;
E a Mortalidade Pós-Neonatal, que quantifica o número de óbitos entre 28 dias completos até 365 dias incompletos de vida (isto é, 28 a 364 dias) em relação ao número de nascidos vivos.

Ainda, a Mortalidade Neonatal pode ser subdividida em mais dois componentes:

Mortalidade Neonatal Precoce: quantifica o número de óbitos nos primeiros 7 dias incompletos de vida (isto é, 0 a 6 dias) em relação ao número de nascidos vivos.
Mortalidade Neonatal Tardia – quantifica o número de óbitos entre 7 dias completos e 28 dias incompletos de vida (isto é, 7 a 27 dias) em relação ao número de nascidos vivos;

A Mortalidade Neonatal (seja precoce ou tardia) é basicamente causada por fatores biológicos e assistenciais (1). No aspecto biológico, podemos destacar as anomalias genéticas. No aspecto assistencial, essa mortalidade reflete a deficiência de três tipos de assistência (1):

Assistência ao pré-natal;
Assistência ao parto;
Assistência ao puerpério imediato e ao recém-nascido.

Para que você grave, lembre-se que são assistências aos 3 P’s: Pré-Natal, Parto e Puerpério (aqui inclui a assistência ao recém-nascido).

Todos esses componentes estão intrinsecamente relacionados na mortalidade neonatal. Portanto, para reduzirmos a mortalidade infantil especificamente nesse período, é preciso investir nesses três tipos de assistência.

Paralelamente, a Mortalidade Pós-Neonatal reflete o nível socioeconômico da população e o acesso às condições básicas de vida como alimentação, moradia e saneamento básico. Em outras palavras, se trata de uma mortalidade em decorrência de determinantes sociais da saúde.

Logo, grave esses gatilhos mentais:

ATENÇAO DECORE!

Além dos indicadores citados anteriormente, temos também a mortalidade perinatal, que engloba o número de óbitos a partir da 22ª semana de gestação até os 7 primeiros dias de vida (isto é, ela soma os óbitos fetais e os infantis precoces). A mortalidade perinatal é influenciada praticamente pelos mesmos fatores da mortalidade neonatal, como assistência ao pré-natal e parto, e também por fatores biológicos como anomalias genéticas.

Dessa forma: