GABARITO: ALTERNATIVA D

Independente da causa da ferida, o processo de cicatrização se desenvolve de forma previsível e contínua, que, para fins didáticos, é dividido em três fases: inflamatória, proliferativa e maturação. A fase inflamatória inicia-se no momento do ferimento, dura em torno de 48 horas. Neste momento, ocorrem cinco fenômenos principais: vasoconstrição; agregação plaquetária; depósito de fibrina e coagulação; diapedese (migração de células inflamatórias) e ativação celular. A fase proliferativa dura de 3-14, e nela ocorre o “fechamento” da lesão. É caracterizada pelos seguintes eventos: reepitelização; migração de fibroblastos; formação do tecido de granulação; angiogênese; síntese protéica (colágeno) e contração da ferida, movimento centrípeto das bordas da ferida, onde encontramos o predomínio de miofibroblastos. O processo de maturação ou remodelagem é entendido como a última fase do processo cicatricial. Começa a predominar como atividade principal por volta do 21o dia após a lesão, tendo duração de meses. Na fase de maturação, a matriz sofre modificação contínua, juntamente com os fibroblastos, observa-se a reformulação dos colágenos (equilíbrio entre síntese e degradação) e melhoria nos componentes das fibras colágenas até que uma matriz estável se forme. O processo de remodelagem é essencial à formação de uma ferida com força tênsil.

O examinador nos perguntou qual o tipo celular mais prevalente na fase inicial da cicatrização, ou seja, na fase inflamatória. Nesta fase, a primeira onda de migração celular, caracterizada pelos polimorfonucleares (neutrófilos), ocorre nas seis horas iniciais de lesão, com pico em 48 horas, permanecendo por um período que varia de três a cinco dias, na ausência de infecção. Esta onda é estimulada por fatores quimiotáticos, como produtos das células endoteliais lesadas, histamina, prostaglandinas, leucotrienos, trombina e o sistema complemento. Estas são as células mais prevalentes na fase inicial da cicatrização.

Ainda, fatores quimiotáticos estimulam os monócitos, no espaço extracelular, a se transformarem em macrófagos. Estes últimos surgem 48-96 horas após a lesão e alcançam o pico no terceiro dia após o trauma; apresentam meia-vida maior do que a dos neutrófilos e persistem até que a cicatrização se complete. Os linfócitos aparecem em torno do quinto dia, com pico no sétimo dia, desempenham papel importante no processo de cicatrização e são representados, em sua grande maioria, por linfócitos T (CD4+ e CD8+).

Dessa forma, a alternativa correta é a alternativa “D”.