Vamos relembrar algumas particularidades do canal anal e das malignidades que acometem esta região.

O canal anal corresponde aos 2,5 a 3,0 cm finais do intestino grosso e de todo o trato digestório. Ele começa no ponto em que ampola retal se estreita, onde encontramos a junção anorretal, e termina na borda anal. Internamente, a metade superior da túnica mucosa do canal anal é semelhante a mucosa retal. A linha denteada ou pectínea, indica a junção da parte superior do canal anal com a parte inferior, formada por epitélio estratificado pavimentoso. Os 01 a 02 cm de mucosa exatamente proximais à linha denteada compartilham características de epitélio colunar, cuboide e escamoso e são conhecidos como zona de transição anal. As partes do canal anal superior e inferior à linha pectínea têm suprimento arterial, inervação e drenagem venosa e linfática diferentes. Essas diferenças resultam das origens embriológicas distintas das partes superior (visceral; derivada do intestino posterior embrionário) e inferior (somática; derivada do proctodeu embrionário). A linha pectínea é um ponto de referência importante porque é visível e aproxima-se do nível da transição da região visceral para região parietal, afetando aspectos como os tipos de tumores que ocorrem nestas localizações e a direção na qual metastizam.

O câncer anal é incomum. Ele corresponde à aproximadamente 2% a 3% das neoplasias malignas do trato gastrointestinal. As lesões invasivas mais frequentes do ânus incluem os tumores que surgem na mucosa transicional ou escamosa, que são carcinomas espinocelulares ou de células escamosas (CEC), e correspondem à 85% dos casos; os adenocarcinomas, decorrentes de elementos glandulares dentro do canal anal e o melanoma. Raramente podem ocorrer linfomas, sarcomas, tumores neuroendócrinos e o tumor estromal gastrointestinal (GIST).

Gabarito: alternativa E.