GABARITO: ALTERNATIVA C.

Questão clássica! Decore essa informação: avaliamos a resposta ao tratamento da anemia ferropriva com a verificação do aumento do número de reticulócitos, que começa em 4 a 7 dias e tem pico no 10º dia pós início da terapia!

A deficiência de ferro é um estado de redução do pool total desse mineral no organismo, resultante de uma carência nutricional ou, mais comumente, de perda crônica de ferro através de sangramentos gastrointestinais ou ginecológicos. Qualquer que seja a sua causa, a ferropenia se instala em três estágios progressivos, iniciados pelo consumo dos estoques de ferro do organismo para manter seus níveis séricos normais.

Após o esgotamento das reservas de ferro, o organismo não é mais capaz de manter os níveis circulantes desse mineral, o que afeta o uso dele pela medula óssea para a produção de hemoglobina. Essa é a fase da eritropoiese deficiente em ferro, em que se iniciam as alterações morfológicas da produção de hemácias como microcitose e hipocromia, mas ainda sem queda dos níveis de hemoglobina. Por fim, com a manutenção do quadro, surge a anemia ferropriva propriamente dita.

Desse modo, o primeiro índice a se alterar em estados de ferropenia é precisamente a ferritina, principal representante dos estoques corporais de ferro, que estará caracteristicamente reduzida. Esse é o marcador mais sensível e específico para o diagnóstico da anemia ferropriva. Outros índices do perfil de ferro também auxiliam na investigação, como mostra a tabela abaixo:

Além de tratar a condição de base e assim controlar a perda crônica de ferro, a terapia da deficiência de ferro sempre deve incluir reposição do mineral. Esse é um ponto bastante cobrado pelas provas: sempre devemos tratar a anemia ferropriva com reposição de ferro! A orientação alimentar é insuficiente para repor os estoques corporais desse nutriente e não deve ser usada isoladamente!

Para a reposição, a via oral é tão efetiva quanto a parenteral, além de ter menor custo e efeitos adversos, sendo a via endovenosa reservada para casos refratários ou intolerantes à terapia oral. A dose alvo da terapia para os adultos é de 120 a 200mg de ferro elementar ao dia, idealmente ingerida de estômago vazio pois diversos alimentos atrapalham sua absorção, como por exemplo o leite. No entanto, essa recomendação é muitas vezes limitada pelos efeitos adversos: a reposição oral de ferro é muito associada a sintomas gastrointestinais proeminentes como náuseas e diarreia, proporcionais à dose de ferro ingerida.

A resposta ao tratamento é avaliada através da reticulocitose. Reticulócitos são as formas das hemácias que deixam a medula óssea, assim, espera-se que seu número aumente com a reposição oral de ferro, já que a produção eritrocitária será retomada com a correção da deficiência do mineral. Após início da terapia, observa-se elevação dos reticulócitos em 4 a 7 dias, com pico em 10 dias. Essa é uma informação sempre cobrada nas provas, porque a reticulocitose é justamente a melhor e mais precoce forma de verificar resposta ao tratamento.

A correção dos níveis de hemoglobina ocorre progressivamente, com restabelecimento dos valores normais em cerca de 2 meses. No entanto, a reposição oral deve ser mantida por mais 6 meses a 1 ano, com objetivo de repor os estoques de ferro antes exauridos.

Vejamos o que dizem as alternativas: