Temos aqui um quadro de anemia: qualquer que seja o sexo ou idade do paciente em questão, os níveis de hemoglobina apresentados estão menores que os considerados normais pela Organização Mundial de Saúde, mostrados na tabela abaixo.

Mais ainda, podemos afirmar que se trata de uma anemia microcítica, isto é, de hemácias de tamanho menor que o habitual, já que o volume corpuscular médio (VCM) está abaixo de seu valor normal de referência de 80 a 100fL.

Todas as microcitoses derivam de um quadro de produção inadequada de hemoglobina: sem seu principal componente, as hemácias são incapazes de completar seu crescimento normal, tornando-se menores em tamanho, ou seja, microcíticas. Assim, há quatro etiologias possíveis de anemia microcíticas: aquelas em que há menor aporte de ferro na medula óssea (anemia ferropriva e anemia de doença crônica), aquelas decorrente de déficits congênitos de síntese de cadeias de globina (talassemias) e aquelas em que há defeitos enzimáticos da conjugação do ferro à protoporfirina (anemia sideroblástica).

Mas qual das anemias microcíticas pode causar o quadro de nossa questão? O RDW nos ajuda a responder.

O RDW (red cell distribution width) mede a diferença de tamanho entre as hemácias, sendo um marcador de anisocitose: quando temos várias hemácias de tamanho diferente, há aumento do RDW, enquanto esperamos RDW normal se houver uma população eritrocitária homogênea em tamanho.

Essa informação é muito útil no diagnóstico diferencial das anemias microcíticas: enquanto talassemias e anemia de doença crônica são condições mais uniformes, de RDW normal, a anemia ferropriva e a anemia sideroblástica são marcadas por população eritrocitária heterogênea, cursando com grandes aumentos de RDW.

Com isso em mente, vejamos as alternativas: