. Estrategista, essa questão aborda os conhecimentos sobre o quadro clínico de um paciente com hipertensão intracraniana.

O encéfalo é coberto por um arcabouço ósseo rígido e inextensível. Não há muito espaço para acomodar grandes aumentos de volume. De acordo com a Doutrina de Monro-Kellie, 4 componentes determinam a pressão intracraniana (PIC):

● Sangue Arterial

● Sangue Venoso

● LCR

● Parênquima

Os quatro compartimentos estão suscetíveis a alterações que em última análise levarão a aumento volume, o que poderá levar a aumento da pressão intracraniana. Como exemplo, por compartimentos, temos a trombose venosa cerebral no compartimento venoso, a obstrução do fluxo liquórico no compartimento liquórico, a neoplasia cerebral no compartimento parenquimatoso e o próprio AVC isquêmico no compartimento do sangue arterial. Independentemente da causa, assim que um dos compartimentos aumenta seu volume, o primeiro mecanismo de compensação acionado é a redução do volume liquórico e de sangue venoso, o que permitirá acomodar, em uma fase inicial, o volume excedente de modo a não produzir grandes aumentos de pressão. Quando o aumento de volume ultrapassa a capacidade de acomodação, o paciente desenvolve hipertensão intracraniana, definida de forma objetiva quando ultrapassa 20 mmHg.

A perfusão cerebral é resultado da pressão arterial média menos a pressão intracraniana, sendo assim, com o aumento da pressão intracraniana, reflexamente ocorre aumento da pressão arterial média na tentativa de manter a pressão de perfusão cerebral. O objetivo de pressão de perfusão cerebral, para a adequada nutrição encéfalo, deve ser superior a 60 mmHg.

Pois bem, quais são os sintomas que um paciente com hipertensão intracraniana pode apresentar?

De modo geral, podem ocorrer sintomas em um fase inicial, ainda sem hipoperfusão ou compressão de estruturas cerebrais saudáveis. Nessa fase, ocorrem cefaleia, vômitos, edema de papila com borramento visual, diplopia por paralisia do VI nervo craniano.

Já quando há descompensação da hipertensão intracraniana, o paciente pode desenvolver:

- Tríade de Cushing: bradicardia, alteração do ritmo respiratório e hipertensão arterial

- Rebaixamento do nível de consciência

- Déficit neurológico focal, sobretudo, hemiparesia.

Sendo assim, todas as manifestações expostas no enunciado podem ocorrer na hipertensão intracraniana.