GABARITO: ALTERNATIVA B

As principais indicações de transplante hepático são doenças hepáticas graves e irreversíveis que não podem ser tratadas clinicamente ou cirurgicamente, como nos casos de cirrose avançada (independente da etiologia).

O ideal é que se indique o transplante em indivíduos com doença hepática terminal que já tenha tido uma complicação ameaçadora ou que tenha piora considerável da qualidade de vida.

A avaliação da gravidade da doença hepática é usada para incluir o paciente na lista de espera do transplante hepático. Para a avaliação da gravidade da doença hepática podemos usar vários escores, sendo os principais o escore MELD e a classificação de Child-Pugh.

Para o cálculo da classificação de Child-Pugh usamos os seguintes parâmetros: presença de ascite e encefalopatia, valores de albumina, tempo de protrombina ou INR e bilirrubina.

Para que fique mais fácil a memorização dos critérios utilizados no cálculo da classificação de Child-Pugh podemos usar a regra mnemônica BEATA.

Pacientes com pontuação maior ou igual a 7 já devem ser avaliados para o transplante hepático.

O escore MELD (Model for End-Stage Liver Disease) foi inicialmente desenvolvido para avaliar o o prognóstico dos pacientes com cirrose submetidos ao TIPS (transjugular intrahepatic portosystemic shunt). Ele é calculado com o uso de uma calculadora eletrônica usando os valores de bilirrubina, creatinina e RNI.

Para facilitar a memorização, use a sequência mnemônica BIC.

Os valores do escore MELD variam de 6 a 40 (quanto maior o valor pior o prognóstico). Atualmente ele é usado para avaliar a urgência e prioridade na realização do transplante hepático, ou seja, o paciente é alocado na lista de espera para o transplante dependendo da pontuação do escore MELD. Quanto maior a pontuação, maior a prioridade.

O valor mínimo de MELD para inscrição na lista de transplante é 11 (para indivíduos com mais de 12 anos). Para menores de 12 anos calcula-se o escore PELD (Pediatric End-Stage Liver Disease), que usa os valores de bilirrubina, albumina e RNI para o seu cálculo.

As indicações do transplante hepático em adultos estão listadas abaixo. Note que as principais indicações envolvem doenças que causam cirrose hepática e doença hepática terminal. Adaptado de Harrison, 2017

Cirrose biliar primária
Cirrose biliar secundária
Colangite esclerosante primária
Hepatite autoimune
Doença de Caroli
Cirrose criptogênica
Hepatite crônica com cirrose
Trombose da veia hepática
Hepatite fulminante
Cirrose alcoólica
Hepatite viral crônica
Hepatocarcinoma
Adenomas hepáticos
Cirrose por doença hepática gordurosa não alcoólica
Polineuropatia amiloide familiar
Hemocromatose
Síndrome de Budd-Chiari
Metástases hepáticas de tumor neuroendócrino irressecáveis, com tumor primário já retirado ou indetectável e sem doença extra-hepática detectável

As principais contraindicações estão listadas na tabela abaixo.

Adaptado de Harrison, 2017