GABARITO: ALTERNATIVA A

Os sintomas de hipermagnesemia se correlacionam com a gravidade do distúrbio eletrolítico. Os valores normais de Mg2+ plasmático são 1.5-2.5mEq/L (1.7-2.6mg/dL). O aumento do magnésio diminui a transmissão do impulso nervoso. Nas células cardíacas, a hipermagnesemia bloqueia tanto os canais de potássio quanto os de cálcio, causando distúrbios de contratilidade e condução elétrica. Observe abaixo, na tabela, como os sintomas progridem com o agravamento dos níveis séricos de magnésio:

O tratamento é definido conforme a função renal:

Função renal normal ou pouco alterada: interromper uso de medicações ou produtos contendo magnésio. Podem ser utilizados diuréticos de alça para aumentar a excreção do magnésio;
Comprometimento moderado da função renal (clearance de creatinina entre 15-45mL/min): hidratação com solução salina isotônica, associada a diurético de alça. Obviamente, devemos interromper o uso de magnésio;
Função renal muito comprometida (clearance de creatinina < 15mL/min) ou pacientes com sintomas graves (paralisia, coma, bradicardia e hipotensão) que não responderam às medidas anteriores devem ser submetidos à hemodiálise. Enquanto aguardam o procedimento, os pacientes devem receber cálcio elementar endovenoso 100-200mg (o gluconato de cálcio 10% tem 10% de cálcio elementar) para auxiliar na reversão dos sintomas. Se o paciente não for anúrico, também é possível realizar hidratação controlada e diuréticos de alça enquanto aguarda a hemodiálise.

Guarde assim:

A hipermagnesemia começa com sintomas inespecíficos como náuseas e cefaléia, e, conforme se agrava a concentração plasmática de magnésio, progressivamente pioram os sintomas neurológicos e musculares (rebaixamento de nível de consciência, diminuição de reflexos profundos, paralisia muscular e falência dos músculos respiratórios), além de piora dos sintomas cardiovasculares (hipotensão, bradicardia, alterações de ritmo, BAV total e parada cardíaca).