Seu Edinaílson, de 60 anos, é trazido para consulta por seus dois filhos: Edberto e Ednardo. Ele vem em cadeira de rodas, mas está com punhos e tornozelos contidos. Segue o relato dos filhos - Papai sempre foi um mecânico de referência aqui no bairro, mas tem dois anos que as coisas desandaram. A gente foi vendo ele ficar cada vez mais magro e não entendia o que estava acontecendo. Depois, o salário começou a diminuir, mas quando a gente perguntava, ele ficava muito irritado. Levamos numa clínica popular, onde ele fez uma bateria de exames para diabetes, pressão, hepatite e até sífilis e HIV, mas nunca deu nada. Ele começou a perder o prazo dos serviços e começou a fazer os serviços pela metade, mas o pior foi que ele começou a destratar todo mundo. Ele sempre foi uma pessoa calma, mas começou a falar palavrão e querer bater nos outros. A gente só foi saber disso depois de um ano, porque ele chegou em casa machucado porque tinha se envolvido em briga. A gente foi na oficina e o dono falou que ele não tinha mais condições de trabalhar. Ele disse que papai começou a urinar no chão do banheiro, que não comia mais e que não se vestia mais direito. Levamos ele para cuidar em casa, mas ele estava muito teimoso e briguento. Não queria comer, não queria tomar banho e não queria se vestir. Estamos levando do jeito que dá, mas quando ele começou a se urinar e se sujar, a gente viu que precisava vir pedir ajuda de novo. Ele não está mais sabendo mexer em dinheiro, não toma mais banho sem ajuda e agora começou a engasgar com a comida. Ele consegue andar e tem força, mas a gente teve que amarrar ele nessa cadeira, porque ele fica querendo pegar nas mulheres, é horrível. Ele lembra da gente, lembra da nossa mãe, lembra dos irmãos, mas a gente não reconhece mais ele.
Os filhos trouxeram exames laboratoriais recentes. Não havia alteração endócrino-metabólica significativa, nem hidroeletrolítica ou autoimune. Os exames de rastreamento de ISTs (HIV, sífilis e hepatites) também estavam sem alterações significativas. Ao se aproximar para realizar o exame físico de Seu Edinaílson, ele se mostrava calmo, mas pouco cooperativo. Ele soube dizer o nome completo e reconheceu os filhos. Estava desorientado em espaço. O exame físico não revelou alterações clínicas significantes.
O manejo farmacológico de sintomas neurocognitivos e comportamentais nas síndromes demenciais se dá geralmente com antidepressivos e antipsicóticos. No entanto, é preciso atenção ao uso de psicofármacos em idosos devido a potenciais efeitos adversos. Considerando o quadro clínico de Seu Edinaílson, assinale a alternativa que traz uma opção de tratamento antidepressivo adequado em idosos.