GABARITO: ALTERNATIVA A

Estrategista, sempre que você estiver diante de um paciente jovem com episódios recorrentes de hematúria macroscópica de origem glomerular (ou seja, com dismorfismo eritrocitário positivo) temos que pensar em Nefropatia por IgA! A presença de síndrome nefrótica pode ser um fator confundidor, mas aqui a ocorrência de síndrome nefrótica serve de orientação para raciocinarmos que a hematúria é decorrente de lesão glomerular. Isso decorre do fato da síndrome nefrótica ser marcador de doença glomerular assim como a hematúria.

A Nefropatia por IgA (NIgA) é a glomerulopatia primária mais comum no mundo, com predomínio na população asiática. Pode ocorrer em qualquer idade, mas o pico de incidência ocorre na 2ª e 3ª décadas de vida. A fisiopatologia consiste na produção de IgA anômala pelo organismo com formação de auto-anticorpos contra essa IgA defeituosa, culminando com a deposição desse complexo imunoglobulina-anticorpo na região mesangial do glomérulo.

Há uma ampla gama de manifestações da NIgA, mas o quadro clínico típico consiste em hematúria dismórfica (o dismorfismo é característico da hematúria glomerular) associada ou não a proteinúria não nefrótica (ou seja < 3,5g/dia), edema, hipertensão e perda de função renal. O relato clássico é a hematúria macroscópica (ou seja, visível a olho nu) episódica que ocorre de 1 a 5 dias após quadro infeccioso, em geral de vias aéreas superiores. Outra característica importante e que ajuda muito no diagnóstico diferencial é que os níveis séricos das frações do sistema complemento estão normais! Sempre fique atento a esse dado nas questões!

O diagnóstico de certeza é dado pela biópsia renal com evidência de hipercelularidade mesangial difusa associada a depósitos mesangiais difusos dominantes ou co-dominantes de IgA na imunofluorescência.