Gabarito: alternativa A.

(Comentário por Sarah Cozar - Cirurgia - Cirurgia Infantil - Enterocolite Necrosante)

A enterocolite necrosante (ECN) é uma condição que afeta principalmente recém-nascidos de baixo peso e prematuros. Embora vários fatores contribuintes, como isquemia, bactérias, citocinas e ALIMENTAÇÃO ENTERAL tenham sido identificados, a PREMATURIDADE é o fator de risco mais importante. A ECN ocorre tipicamente nos primeiros dias de vida, após a iniciação de alimentação enteral. A apresentação clínica da ECN pode ser variável e imprevisível. Distensão abdominal aguda, vômitos, sangue macroscopicamente visível ou oculto nas fezes, são características marcantes. Outros sinais clínicos inespecíficos incluem irritabilidade, instabilidade de temperatura, e episódios de apneia ou bradicardia. Nas fases mais avançadas, pode-se observar edema e eritema da parede abdominal, geralmente periumbilical, que indicam abscesso subjascente, peritonite ou gangrena intestinal.

Conforme a ECN progride, sepse sistêmica se desenvolve, juntamente com coagulopatia e deterioração hemodinâmica. Do ponto de vista laboratorial, a contagem de leucócitos poderá ser normal, aumentada ou diminuída. Entretanto, a queda da contagem absoluta de granulócitos é sinal de prognóstico ruim, assim como a presença de plaquetopenia aguda, que se correlaciona com necrose intestinal. A acidose metabólica também é frequente nos RN com ECN, e, quando persistente, é indicativa de deterioração clínica. A característica radiográfica patognomônica é a pneumatose intestinal, causada por bolhas de gás hidrogênio gerado pela fermentação bacteriana de substratos luminais. Outros achados radiográficos podem incluir dilatação de alças intestinais, gás venoso portal, ascite, alças fixas do intestino delgado e ar livre. O íleo distal e o cólon ascendente são as áreas geralmente afetadas, embora todo o trato GI também possa estar envolvido.

Dessa forma, a alternativa que contém um achado que não é usualmente encontrado na ECN é a letra “A”.