Olá Estrategista,

Temos uma questão conceitual a respeito da cardite da Febre reumática.

A cardite ocorre, aproximadamente, 3 semanas após a infecção estreptocócica e é o segundo sintoma mais comum da febre reumática (aproximadamente metade dos casos). A cardite é o evento mais temido na febre reumática, pois determina TODO o prognóstico a longo prazo, visto que pode gerar sequelas cardíacas.

No Brasil, a cardiopatia reumática é a principal causa de doenças cardíacas adquiridas entre crianças e adultos jovens. Aproximadamente, 1/3 dos pacientes com cardite aguda desenvolverão lesões valvares graves e serão submetidos à cirurgia cardíaca em 10 a 30 anos.

O processo inflamatório agudo da febre reumática é considerado uma pancardite. Com isso, pode acometer qualquer camada do coração: pericárdio, miocárdio e endocárdio. No entanto, na FEBRE REUMÁTICA AGUDA, a principal manifestação cardíaca será a VALVULITE, principalmente nas valvas mitral e

aórtica. O envolvimento da valva mitral é tão importante que é muito raro termos um paciente sem acometimento da valva mitral.

Apesar de ser uma complicação comum, a cardite será assintomática ou oligossintomática, na maioria das vezes. A forma aguda clássica ocorre em apenas 1 a 3% dos pacientes com febre reumática aguda.

O quadro clínico é típico de insuficiência cardíaca e motivará o atendimento médico. Ao exame físico, na maioria das vezes, encontraremos SOPRO DE REGURGITAÇÃO. O sopro mais comum é de insuficiência mitral (sopro holossistólico, mais audível no ictus cordis, com irradiação para dorso ou axila e de alta frequência).