A quastão nos apresenta uma paciente, de 50 anos, com dor no hipocôndrio direito há 2 dias, acompanhada de vômitos e hiporexia. No exame físico, está afebril, com dor à palpação e sinal de Murphy presente. A amilase sérica é de 99 e a VHS está aumentada.

Esses fatores nos encaminham para um quadro de colecistite que vamos relembrar agora.

A colecistite aguda, uma inflamação da vesícula biliar, frequentemente causada por obstrução do ducto cístico devido à presença de cálculos biliares. Essa condição é comum em mulheres, especialmente aquelas com fatores de risco como obesidade, diabetes e idade avançada.

A apresentação clínica da colecistite aguda é caracterizada por dor intensa no quadrante superior direito, acompanhada de febre, vômitos e leucocitose. É fundamental diferenciar essa condição de uma cólica biliar, pois a colecistite geralmente requer tratamento cirúrgico na mesma internação.

A fisiopatologia envolve a obstrução do ducto cístico, que resulta em aumento da pressão intraluminal, levando à inflamação, necrose e, em casos severos, perfuração da vesícula biliar. A infecção bacteriana, quando ocorre, é uma consequência da estase biliar, e as principais bactérias isoladas são Escherichia coli e Klebsiella.

O diagnóstico é confirmado por meio de exames de imagem, sendo a ultrassonografia o método de escolha. Os exames laboratoriais geralmente mostram leucocitose e aumento da proteína C reativa, que são indicadores de inflamação.

O tratamento da colecistite aguda envolve medidas de suporte, como jejum e hidratação, além de antibioticoterapia. O tratamento cirúrgico definitivo é a colecistectomia, que deve ser realizada preferencialmente por via laparoscópica em pacientes de baixo risco cirúrgico. A cirurgia precoce é recomendada, idealmente dentro de 72 horas após o início dos sintomas, para evitar complicações, como a gangrena da vesícula. Em pacientes de alto risco, a drenagem percutânea pode ser necessária antes da colecistectomia.

Além disso, as diretrizes de Tokyo classificam a gravidade da colecistite, o que é crucial para determinar o tratamento e prever a mortalidade. O reconhecimento e o manejo precoce da colecistite aguda são essenciais para melhorar os resultados clínicos e prevenir complicações graves.

Vejamos as alternativas.