Diante de uma cardiotocografia alterada, isto é, hiporreativa/não reativa no pré-natal ou categorias 2/3 durante o trabalho de parto, são necessárias medidas para melhorar o padrão da frequência cardíaca fetal e, com isso, evitar um desfecho neonatal adverso.

Existem situações reversíveis que levam à alteração dos padrões cardiotocográficos e a correção dessas situações pode restabelecer a oxigenação fetal, normalizando o traçado da FCF, sem a necessidade de resolver a gestação.

Os procedimentos que devem ser utilizados diante de uma cardiotocografia alterada são chamados de medidas de ressuscitação intrauterina. Essas medidas estão listadas na tabela a seguir.

Para melhorar a oxigenação fetal, pode-se colocar a gestante em decúbito lateral, suspender o uso de uterotônicos (ocitocina e misoprostol), realizar infusão rápida endovenosa de ringer lactato (500 a 1000mL), suspender puxos maternos não espontâneos (se estiver no período expulsivo) e, por fim, colocar máscara de O2 10L/min na gestante.

A fim de reduzir a atividade uterina, se as medidas realizadas anteriormente não surtirem efeito, pode-se lançar mão do uso da terbutalina (uterolítico) para promover o relaxamento uterino e tentar melhorar a oxigenação fetal.

A diminuição da compressão do cordão umbilical pode ser feita mudando-se a gestante de posição e suspendendo os puxos dirigidos. Caso não haja resposta, pode-se indicar amnioinfusão nos casos de rotura de membranas e elevação do polo cefálico, nos casos de prolapso de cordão umbilical, até a extração fetal pela cesárea.

Se a gestante apresentar hipotensão, a mudança de decúbito e a hidratação endovenosa são medidas que ajudam a reverter essa situação. Caso essas medidas não sejam efetivas, principalmente diante de analgesia de parto, pode-se utilizar a efedrina.

Caso as medidas de ressuscitação intrauterina não surtam efeito ou o feto apresente deterioração da vitalidade fetal, deve-se indicar resolução da gestação pela via mais rápida. Se a gestante estiver no período expulsivo e houver critérios de aplicabilidade para o parto instrumental, deve-se dar preferência ao uso do fórcipe ou do vácuo-extrator. Se não houver condições para o parto vaginal operatório, a gestante deve ser encaminhada para cesárea de emergência.