O ritmo do crescimento populacional brasileiro atingiu seu ápice nas décadas de 50 e 60, onde as taxas médias de crescimento encontravam-se em torno de 2,9% ao ano, contribuindo para a argumentação favorável ao controle da natalidade. 

Nas décadas mais recentes, a preocupação com o controle da natalidade reaparece, embora as taxas de crescimento populacional no Brasil estejam em torno de 1%, marcadamente visando reduzir a reposição da parcela da população agora desnecessária para a produção industrial. 

O controle de nascimento nas populações pobres, num momento em que o exército de reserva começa a extrapolar os limites recomendáveis, impõe-se como condição para a manutenção do estilo de vida criado pelo capitalismo industrial, privilégio de uma minoria. 

O controle do nascimento de pobres constitui uma estratégia fundamental para a promoção do crescimento econômico e redução da pobreza nos países “em desenvolvimento”, - uma vez que isto resultaria na diminuição da necessidade de investimentos em áreas sociais e, consequentemente, no aumento de recursos disponíveis para as áreas produtivas. 

Quanto mais desenvolvida a produção capitalista, mais prescinde de trabalho vivo, o que resulta em desemprego para parcelas cada vez maiores da população, origem estrutural do aumento da pobreza, independente das taxas de natalidade.