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"Proporcionar a quantidade de calorias é algo factível", diz Joachim von Braun, da Universidade de Bonn. "A grande questão é a nutrição." Nos últimos 30 ou 40 anos, as dietas melhoraram. Hoje, existe proporcionalmente um número menor de pessoas desnutridas no mundo do que antes (embora o número absoluto seja alto e continue crescendo). Um número menor de pessoas deixa de crescer até a altura e o peso adequados por causa de uma dieta fraca durante a infância.

Mas, embora a maioria das pessoas consuma calorias suficientes, elas ainda sofrem de imensas deficiências de nutrientes, que trazem consequências de longo prazo para a so- ciedade. As crianças que sofrem de tais deficiências não conseguem se concentrar e têm pontuação mais baixa nos testes de habilidade cognitiva. E parece existir uma ligação entre nutrição na infância e renda na idade adulta.

Em comparação, a epidemia de obesidade nos países ricos representa exatamente o problema oposto. Pela primeira vez na história, mais calorias não significam saúde melhor. Um grande grupo de pessoas nos países ricos também sofre de deficiência nutricional: os mais velhos. Com o avançar da idade, eles precisam de mais cálcio e vitaminas e muitos não obtêm esses nutrientes.

A deficiência de nutrientes não é algo fácil de corrigir. Nos países pobres, os suplementos vitamínicos – um recurso comum – alcançam menos da metade daqueles que mais precisam deles, a população rural pobre.

(Trecho da Reportagem especial de como alimentar o mundo, The Economist. In: CartaCapital, 23 de março de 2011, p. 55, trad. Ed Sêda)

que trazem consequências de longo prazo para a sociedade. (2º parágrafo)

É correto depreender da afirmativa acima que
A
os encargos decorrentes da oferta de nutrientes à população mais pobre oneram o poder público, comprometendo o desenvolvimento social.
B
a sociedade deixa de ser beneficiada por um rendimento intelectual e econômico mais significativo de sua população.
C
os nutrientes nem sempre se destinam ao segmento mais necessitado da população, fato que leva a potenciais riscos de desperdício dos recursos públicos.
D
a melhoria da qualidade da dieta da população pode, eventualmente, reverter em problemas de saúde pública, como ocorre atualmente com a obesidade.
E
o equilíbrio entre a oferta de nutrientes à população e o risco trazido pelo excesso de calorias nos alimentos dificilmente será atingido.