Existem dois tipos de ductos genitais embrionários em ambos os sexos: os mesonéfricos (ductos de Wolff) e os paramesonéfricos (ductos de Müller). No sexo feminino, os ductos que se desenvolvem são os de Müller, devido à ausência de produção do hormônio antimülleriano. No sexo feminino não há participação dos esteroides sexuais no desenvolvimento dos ductos. A imagem abaixo resume todo esse processo.

A porção cranial desses ductos dará origem às tubas uterinas e a porção caudal irá fundir-se na linha média (3) e dará origem ao útero e ao terço superior da vagina; a parte da extremidade cranial do ducto de Müller que não contribui para o desenvolvimento da tuba uterina pode persistir como um apêndice vesicular, chamado de hidátide de Morgagni. Com cerca de 20 semanas de vida embrionária, o septo formado pela fusão dos ductos no polo superior do útero é reabsorvido, formando uma cavidade uterina única (4) . O ducto genital desenvolvido se fundirá ao seio urogenital,

formando o canal vaginal completo (5).

Durante esse processo de fusão e reabsorção, algumas falhas podem ocorrer, levando às chamadas malformações uterinas ou müllerianas.

Vamos analisar as afirmativas

( ) A fertilização in vitro com óvulo de doadora jovem é a melhor opção reprodutiva para pacientes com síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser.

Falsa, pois na síndrome de Rokitansky, a paciente não tem útero para gestar, tendo que utilizar útero de substituição.

( ) A metroplastia é recomendada nos casos de útero didelfo e útero bicorno.

Falsa, pois apenas nos casos de abortamento de repetição ou infertilidade é que indicamos metroplastia.

( ) Mulheres com anomalia uterina congênita têm risco aumentado de insuficiência istmocervical.

Verdadeira, pois devido as alterações anatômicas há maior risco de alterações cervicais que podem tornar o colo mais suscetível a cervicodilatação precoce

( ) Para uma paciente com útero bicorno, recomenda-se a transferência de um único embrião.

Verdadeiro, pois como pode haver gestação em ambas as cavidades, é mais seguro transferir apenas um embrião.

( ) A associação entre anomalias uterinas e renais é comum.

Verdadeiro, pois algumas malformações, sobretudo a síndrome de Rokitansky pode estar associada a malformações renais, apesar de não ser tão comum.

Diante do exposto acima, a alternativa mais adequada é a letra "d"