Colega doutor, O amianto (ou asbesto) corresponde ao principal carcinogênico ocupacional, tendo sido banido em definitivo e em todas as suas formas do Brasil apenas em 2017; infelizmente, antes disso, entre 1964-2014 nosso país produziu cerca de 8 milhões de toneladas de asbesto.

A principal exposição ocorre nas indústrias de minerais, cimentos, telhas e naval.

As fibras de qualquer tipo de amianto têm potencial oncogênico para os pulmões (notadamente o mesotelioma pleural). Para você ter ideia do impacto da exposição, 50% dos indivíduos com a doença pulmonar fibrogênica pelo amianto (asbestose) vêm a desenvolver câncer.

As Diretrizes Brasileiras para Diagnóstico de Mesotelioma Maligno de Pleura (2020) reconhecem o mesotelioma como principal tumor associado a exposição ao amianto, e que, por ser raro, é comumente confundido com outros tumores ou implantes metastáticos. Além da pleural, o mesotelioma pode acometer o peritônio, o pericárdio e a túnica vaginalis.

Os sintomas do mesotelioma pleural são inespecíficos e comuns às doenças pleurais, como dispneia, dor torácica, tosse, perda de peso e astenia. É raríssimo antes dos 30 anos, por demandar longo período de latência entre a exposição ao asbesto e o desenvolvimento da doença.

A asbestose ocorre em decorrência da exposição ocupacional ao amianto (indústria de telhas, de caixas d’água). Cursa com pneumopatia fibrótica e tipicamente exibe suas placas pleurais que se manifestam na radiografia e tomografia. Acompanhe a seguir nas imagens de tomografia como podem se manifestar as placas pleurais (espessamento da pleura).

Portanto, o enunciado acerta ao relacionar o amianto (asbesto) ao mesotelioma.