No bairro Jardim Paraíso a equipe de saúde da família acompanha uma família que reside no alto da escadaria em uma casa alvenaria (tijolos) sem revestimento. A casa tem 4 cômodos e o banheiro é improvisado do lado de fora, o que compromete o sistema de esgoto. Reside neste domicílio D. Joana, de 58 anos, do lar e lavadeira (lava e passa roupas para fora). No momento se encontra em tratamento de câncer de mama. Retirou uma mama e está fazendo quimioterapia. Também é portadora de hipertensão arterial (HAS) com risco Cardiovascular (RCV) moderado. D. Joana é casada com o Sr. Paulo, que tem 62 anos e trabalha como metalúrgico. Sr. Paulo costuma ter picos hipertensivos, mas não gosta de tomar as medicações prescritas pela médica da equipe, pois gosta de beber cachaça quando chega do trabalho e nos finais de semana. Também não tem muito tempo para ir às consultas, por causa do horário do trabalho. D. Joana é avó de Júlio, de 6 anos e de Luísa de 4 anos. As crianças ficam sob os cuidados de D. Joana durante o dia, quando a nora Maria Cristina de 32 anos sai trabalhar como costureira numa confecção no bairro. Maria Cristina e Marcos, que é filho de D. Joana de um primeiro relacionamento, residem numa casa próxima, um pouco mais abaixo. Marcos não se relaciona bem com o padrasto. A equipe de saúde da família está preocupada com a sobrecarga de tarefas de D. Joana, visto que está em tratamento oncológico e tem relatado nas consultas tristeza, ansiedade e medo. Ficar com os netos durante o dia para a nora trabalhar está se tornado muito cansativo. As especificidades do cuidado em saúde de homens, como o Sr. Paulo, são relevantes na medida em que os homens vivem em média 5 a 7 anos a menos que as mulheres. Para alcançar o cuidado integral o profissional de saúde precisa saber que, exceto:
Questão
RJ - Faculdade de Medicina de Petrópolis - FMP - UNIFASE
2018
Residência (Acesso Direto)
bairro-Jardim-Paraiso32280a22726
A
Muitas mortes não são evitáveis à medida que costumam estar relacionadas a comportamentos vinculados ao estereótipo tradicional de masculinidade, como aquele de não tomar remédios para fazer uso de álcool, apresentado pelo Sr. Paulo.
B
Como parte do estereótipo de masculinidade encontramos a percepção de que requerer ajuda para o seu próprio cuidado representa demonstração de fragilidade e vulnerabilidade, algo que não é bem visto entre os homens.
C
Barreiras de acesso dos homens ao serviço de saúde precisam ser quebrados como o horário de funcionamento das unidades (terceiro turno) e enfrentamento das barreiras de comunicação e abordagem do serviço de saúde aos homens.
D
Uma das maiores causas da mortalidade prematura em homens é a violência, pois ela faz parte do repertório masculino na resolução de problemas, de conflitos e na manutenção do poder.