GABARITO: ALTERNATIVA A

Questão extremamente difícil. Vamos organizar nosso raciocínio. Estamos diante de uma paciente com uma lesão úlcerovegetante na língua. Diante disso, precisamos abrir dois grupos de diagnósticos possíveis: neoplásico e infeccioso.

Pensando no grupo de causas neoplásicas precisamos pensar que essa lesão pode ser um carcinoma espinocelular de língua. No histopatológico de um carcinoma espinocelular há células neoplásicas atípicas na epiderme. Observe que não há descrição de células atípicas no histopatológico descrito, portanto, não podemos estar diante de um carcinoma espinocelular.

Então vamos pensar nas doenças infecciosas. Nesse caso, devemos localizar dentro das síndromes verrucosas, principalmente paracoccidiodomicose e leishmaniose tegumentar. No caso da paracoccidioidomicose visualizamos facilmente os parasitas em formas de leveduras dispostos no formato de “roda-de-leme”. Esses parasitas não foram vistos. Ademais, o paracoco é um fungo que cresce facilmente nos meios de cultura, porém não houve crescimento de nenhum fungo. Além disso, nas questões de paracoccidioidomicose há um infiltrado pulmonar típico e isso também não está descrito.

E a leishmaniose? No histopatológico da leishmaniose vemos um infiltrado granulomatoso e plasmocitário que é justamente o que está descrito. Devido ao pequeno tamanho da leishmania muitas vezes, principalmente nas lesões mucosas, não conseguimos visualizá-los. Mas atente-se para a grande dica que o examinador deu no enunciado: “Cicatriz de aspecto apergaminhado no dorso do pé direito”. Essa é a dica do examinador para falar que o paciente teve uma úlcera no pé (lesão inicial da leishmaniose) que cicatrizou espontaneamente e houve disseminação sistêmica e surgimento da leishmaniose mucosa!