GABARITO: ALTERNATIVA D

Caro aluno, essa questão aborda uma complicação grave da disfunção renal, que é a pericardite urêmica.

A pericardite urêmica é uma complicação rara, porém potencialmente fatal que é indicação de diálise de urgência em pacientes sintomáticos. Essa condição é secundária à inflamação da membrana pericárdica pelo ambiente urêmico e patologicamente apresenta-se como uma superfície fibrosa sobre o coração, sendo ocasionalmente serosa ou hemorrágica. Quando há derrame pericárdico associado, o líquido é um exsudato rico em proteínas e células mononucleares. Cursa com manifestações similares à pericardites de outras etiologias: dor pleurítica que piora com o decúbito dorsal, presença de atrito pericárdico e eletrocardiograma com redução de amplitude do QRS e elevação do segmento ST em todas as derivações. Nos exames de imagem, é possível identificar aumento de área cardíaca no raio-X e quantificar o tamanho do derrame pericárdico no ecocardiograma, assim como o grau de restrição diastólica do ventrículo esquerdo a fim de se estimar a repercussão hemodinâmica do mesmo. A gravidade da pericardite urêmica é relacionada à possibilidade de desenvolvimento de tamponamento pericárdico decorrente da restrição do enchimento cardíaco pelo aumento de pressão intrapericárdica. O diagnóstico baseia-se no quadro clínico e exames complementares já descrito. O tratamento é a prescrição de hemodiálise, com início de terapia renal substitutiva para pacientes em conservador e aumento de frequência das sessões até a resolução do quadro clínico para paciente já em diálise. A anticoagulação deve ser evitada nos casos de pericardite urêmica pela risco de sangramento intrapericárdico e pela possibilidade de realizar drenagem pericárdica, caso haja evolução para tamponamento.