Discussão da questão

O que o examinador quer saber com esta pergunta?

Conhecimentos sobre fraturas acetabulares.

O que você precisa saber para responder a esta pergunta?

Fraturas acetabulares

Fraturas acetabulares são substancialmente diferentes de fraturas da bacia. Elas não comprometem a estabilidade hemodinâmica, por não afetarem o plexo venoso sacral, e não comprometem a estabilidade mecânica da pelve.

O acetábulo é a parte de “encaixe” da cabeça do fêmur – da mesma forma que a glenóide é o encaixe do úmero. É formado pela união dos três ossos: ísquio, ílio e púbis.

Sua fratura ocorre na grande maioria das vezes em traumas de alta energia. Pode se associar à luxação do quadril; entretanto, para que um ou outro ocorra, a posição do quadril durante o trauma varia.

Quando o quadril está fletido, em neutro ou aduzido, maior a chance de luxação sem fratura, em um trauma axial (como um acidente de automóvel, ou queda de altura). Conforme o quadril é abduzido, porém, a transmissão de energia levará a cabeça do fêmur a impactar a parede do acetábulo, gerando, assim, diversos padrões de fratura.

A classificação de fraturas do acetábulo envolve 10 tipos diferentes de traços, que têm importância mais do ponto de vista de planejamento cirúrgico, e sobre o que não é interessante discorrer para provas de acesso direto.

As condutas nas fraturas de acetábulo são razoavelmente simples:

- Luxações devem ser reduzidas e, se instáveis, mantidas sob tração ao nível do leito (sem férula de Braun).

- Fraturas com desvios dentro do tolerável devem ser tratadas conservadoramente, com repouso no leito e carga conforme tolerância do paciente.

- Fraturas com desvios acima do tolerável são tratadas cirurgicamente, com fixação com placas e parafusos; fraturas posteriores são acessadas por via posterior, e fraturas anteriores, por via anterior.

Existem diversas complicações possíveis das fraturas de acetábulo:

- Infecção: complicação recorrente em basicamente qualquer tipo de cirurgia ortopédica; entretanto, as que têm via de acesso com maior potencial de contaminação, com as fraturas de acetábulo, podem apresentar índices maiores de infecção.

- Tromboembolismo: fraturas de membros inferiores, com necessidade de imobilização prolongada e com tempo cirúrgico elevado apresentam os maiores índices de trombose venosa.

- Lesão nervosa: o principal nervo em risco é o ciático e se associa especialmente a luxações do quadril.

- Pseudoartrose: uma complicação que pode se dever a falha da síntese ou má qualidade biológica; é uma complicação a longo prazo.

Discussão das alternativas

Esta questão é relativamente simples de ser respondida. O candidato não precisa saber absolutamente nada de fratura de acetábulo para respondê-la – basta bom senso. Mas, como um bom estrategista, você agora está duplamente preparado!

GABARITO: ALTERNATIVA D