A reanimação hemostática é um conceito integrado ao manejo inicial de pacientes gravemente feridos, especialmente aqueles com hemorragia significativa. O objetivo é não apenas restaurar o volume sanguíneo perdido, mas também otimizar a coagulação e a capacidade do corpo de formar coágulos eficazes, minimizando assim a perda sanguínea e melhorando os resultados. Esse conceito evoluiu como resposta aos desafios associados ao manejo de hemorragias massivas, reconhecendo que o manejo inadequado da coagulação pode exacerbar a perda de sangue e aumentar a mortalidade.

As medidas aplicadas na reanimação hemostática incluem:

1. Transfusão de Componentes Sanguíneos em Proporções Balanceadas:

A transfusão de concentrados de hemácias, plasma fresco congelado (PFC) e plaquetas em proporções balanceadas (1:1:1), imitando a composição do sangue total, visa restaurar o volume sanguíneo e os fatores de coagulação essenciais simultaneamente.

2. Uso de Ácido Tranexâmico (TXA):

O TXA, um agente antifibrinolítico, é administrado precocemente (idealmente dentro de 3 horas do trauma) para pacientes com suspeita de hemorragia significativa, reduzindo a hiperfibrinólise e estabilizando a formação de coágulos.

3. Controle de Sangramentos:

Métodos cirúrgicos ou não cirúrgicos para controlar rapidamente a fonte de sangramento são fundamentais, incluindo técnicas de compressão, uso de torniquetes (quando aplicável), embolização angiográfica e cirurgias exploratórias.

4. Monitorização e Correção de Coagulopatias:

A utilização de exames de coagulação point-of-care, como tromboelastografia (TEG) ou tromboelastometria rotacional (ROTEM), permite a identificação e correção rápida de coagulopatias específicas, orientando a transfusão de componentes sanguíneos e o uso de agentes hemostáticos de forma mais direcionada.

5. Manutenção de Temperatura Corporal:

A hipotermia pode exacerbar a coagulopatia; assim, é essencial manter a temperatura corporal do paciente, utilizando métodos de aquecimento ativo durante o resgate e o tratamento inicial.

6. Controle da Acidose e da Hipocalcemia:

A correção de acidose e hipocalcemia, condições que podem comprometer a função das plaquetas e a coagulação, é crucial. O uso de bicarbonato de sódio para tratar acidose e a administração de cálcio são medidas importantes neste contexto, quando há evidência laboratorial de sua necessidade.

7. Restrição de Fluidos Cristaloides Hipotônicos:

A administração excessiva de cristaloides tende a diluir os fatores de coagulação, portanto, a reanimação deve priorizar o uso de componentes sanguíneos e limitar os cristaloides.

Munidos desse conceito, vamos avaliar, separadamente, cada uma das alternativas.