GABARITO: ALTERNATIVA D

A capacidade de auto-regulação do fluxo sanguíneo cerebral permite que ele receba a quantidade de 50-100 ml/100 g de tecido a cada minuto, garantindo o adequado funcionamento de suas células. Isso é possível mesmo em situações em que a pressão de perfusão cerebral caia.

A pressão de perfusão cerebral (PPC) é calculada através da equação: PPC=PAM-PIC, em que PAM é a pressão arterial média e a PIC é a pressão intracraniana. Elevações da PIC podem comprometer a PPC caso a elevação da PAM não seja possível ou ocorra de forma insuficiente. Os valores normais de PPC variam de 60-160 mmHg. Caso a PPC caia, ocorre isquemia no tecido cerebral.

Quando há queda da perfusão cerebral, ocorre aumento da taxa de extração tecidual de oxigênio, para continuar suprindo as necessidades neuronais. Os primeiros sintomas de isquemia só surgirão quando a taxa de extração tecidual de oxigênio for insuficiente para manter a viabilidade dos neurônios.

Existem vários fatores envolvidos nos mecanismos de auto-regulação cerebral. Quando ocorre hipoperfusão cerebral, o tecido nervoso libera fatores que causam vasodilatação. Os mais prováveis são substâncias vasoativas, incluindo O2, H+, K+ e adenosina. O aumento excessivo da pressão de perfusão causa constrição da musculatura lisa de vasos cerebrais, ao passo que a redução leva ao relaxamento desses músculos e consequente vasodilatação.

A partir de certos valores, a elevação da PAM também pode ser deletéria, comprometendo a capacidade de auto-regulação. A pressão hidrostática dentro do vaso acaba vencendo a resistência das células musculares lisas da parede do vaso e ocorre extravasamento de líquido, gerando edema intersticial. Isso é particularmente importante por explicar na encefalopatia hipertensiva, na Síndrome de encefalopatia posterior reversível e na eclâmpsia.

Os principais mecanismos envolvidos no controle do fluxo sanguíneo cerebral incluem a resistência vascular segmentar, a regulação neuro-astrocitária da microcirculação (neurônios e astrócitos controlam a própria vasculatura local), a pressão parcial de oxigênio (queda produz vasodilatação) e, principalmente, a de gás carbônico.