GABARITO: ALTERNATIVA "C"

É comum observarmos a utilização do termo “Nefropatia diabética” (ND) como uma forma de se referir ao dano renal causado pela Diabetes Mellitus, mas o termo mais adequado para essa finalidade é “Doença renal do Diabetes”. Vamos entender o porquê:

• A “ND clássica” se caracteriza, a nível microscópico, por espessamento da membrana basal glomerular, dano endotelial, expansão e nódulos mesangiais e perda de podócitos.

• O dano renal decorrente do Diabetes Mellitus pode se apresentar com lesões glomerulares de padrões diferentes dos observados na ND clássica, inclusive com lesões túbulo-intersticiais.

Ou seja, “ND clássica” é uma espécie histológica do gênero “Doença Renal do Diabetes”. Devido à pluralidade fisiopatogênica do dano renal microscópico, o termo “Doença Renal do Diabetes” (DRD) se aplica ao contexto clínico no qual encontramos albuminúria e / ou redução da taxa de filtração glomerular estimada (TFGe).

Nos pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2, o rastreio da DRD deve ser iniciado no ato do diagnóstico, considerando o fato de que esses pacientes experimentam um longo período de hiperglicemia assintomática previamente ao diagnóstico. Nos pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1, o rastreio deverá ser iniciado após 5 anos de doença, podendo ser adiantado em pacientes na puberdade ou que tenham doença mal controlada de maneira persistente. Uma vez iniciado, o rastreio deve ser realizado anualmente.

A albuminúria poderá ser mensurada em uma amostra de urina isolada, através da relação albumina/creatinina de amostra de urina isolada ou pela dosagem da albumina em uma coleta urinária de 24 horas.

Para confirmarmos o diagnóstico de DRD pelo critério da albuminúria, precisamos de duas de três coletas de urina alteradas (obtidas durante um período de três a seis meses). Tal recomendação se justifica pela variabilidade intraindividual significativa na excreção urinária de albumina ao longo do dia. Além disso, várias condições podem induzir albuminúria transitória, mesmo na ausência de nefropatia (hiperglicemia não controlada, exercício, infecção do trato urinário e exacerbações da insuficiência cardíaca).

A TFGe, idealmente, deve ser calculada através de equações que utilizem os níveis de creatinina sérica e sejam ajustadas para idade, sexo e etnia. As duas equações mais utilizadas são a MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) e a CKD-EPI (Chronic Kidney Disease Epidemiology Collaboration). Na impossibilidade de se utilizar uma dessas calculadoras, podemos utilizar a velha Fórmula de Cockcroft-Gault:

Fórmula de Cockcroft-Gault: ((140 – idade)× peso)/((creatinina x 72) ) × 0,85 (se mulher)

1. (140 – idade) × peso / (72 × creatinina) × 0,85 (se mulher)

2. Calculadoras específicas que levam em conta o nível sérico de creatinina, idade, sexo e etnia

Uma vez realizados os exames, devemos classificar a albuminúria e a TFGe em graus de acordo com as tabelas abaixo: