Gabarito: B

Comentário:

Aqui temos duas informações importantes e que devem ser levadas em consideração na hora de escolher o tratamento anti-hipertensivo do paciente:

1. Espondiloartrose:

As principais classes de anti-hipertensivos recomendadas como primeira linha são: diuréticos tiazídicos, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores de angiotensina II (BRA), bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) e, em situações específicas, betabloqueadores.

No contexto de osteoartrose (incluindo a coluna), há algumas considerações relevantes:

• Os BRA, especialmente o valsartana, podem estar associados a um maior risco de eventos adversos relacionados à osteoartrose, incluindo espondiloartrose. Portanto, recomenda-se cautela na prescrição de BRA, especialmente valsartana, para pacientes com osteoartrose estabelecida.

• Betabloqueadores podem estar associados a menor intensidade de dor articular em alguns estudos observacionais, mas a evidência é limitada e não há recomendação formal para seu uso com esse objetivo.

• Bloqueadores dos canais de cálcio, especialmente diidropiridínicos como anlodipino, são opções eficazes para controle pressórico, mas há relatos de possível associação com piora da dor articular e maior prevalência de artroplastia.

• Diuréticos tiazídicos e IECA permanecem opções seguras e eficazes, sem associação clara com piora da osteoartrose.

2. Uso crônico de anti-inflamatório (ibuprofeno):

Diversos anti-hipertensivos apresentam interações clinicamente relevantes com o ibuprofeno. O principal mecanismo envolve a inibição da síntese de prostaglandinas renais, o que pode levar à retenção de sódio e água, aumento da pressão arterial e redução da eficácia de certos anti-hipertensivos.

As classes de anti-hipertensivos mais afetadas incluem:

• IECA: o uso concomitante de ibuprofeno pode diminuir o efeito anti-hipertensivo dos IECAs, com relatos de elevação da pressão arterial sistólica entre 5 e 10 mmHg em alguns estudos. O risco de deterioração da função renal é maior em idosos, pacientes hipovolêmicos ou com insuficiência renal prévia.

• BRA: assim como os IECAs, os BRAs podem ter sua eficácia reduzida pelo ibuprofeno, com risco adicional de lesão renal aguda em populações vulneráveis.

• Diuréticos (tiazídicos e de alça): o ibuprofeno pode reduzir o efeito natriurético dos diuréticos, diminuindo sua eficácia anti-hipertensiva. Esse efeito é atribuído à inibição da síntese de prostaglandinas renais.

• Betabloqueadores: há evidências de que o ibuprofeno pode atenuar o efeito anti-hipertensivo dos betabloqueadores, embora o impacto seja geralmente menor do que com IECAs, BRAs e diuréticos.

Por outro lado, bloqueadores dos canais de cálcio não apresentam interação significativa com AINEs como o ibuprofeno. Portanto, o anti-hipertensivo com maior efeito e menor interação medicamentosa é o anlodipino (alternativa B).