Gabarito: alternativa B

O estado pós-parada cardiorrespiratória (PCR) constitui síndrome com possível disfunção multissistêmica desencadeada pela isquemia global seguida de reperfusão, sua mortalidade hospitalar excede 50 %. Por ser uma fase muito crítica diversos cuidados devem ser tomados com dois intuitos principais: evitar uma nova PCR e minimizar danos causados pela baixa de fluxo sanguíneo. Sendo assim, diversas medidas devem ser tomadas:

(1) Controle de temperatura: A medida mais importante quanto à temperatura é evitar a febre, mantendo temperatura ≤37,5 °C em pacientes que permanecem em coma após o retorno à circulação espontânea (RCE). Sobretudo no período de 36-72 horas pós-RCE. Não está claro se há benefício em direcionar a temperatura de alguns pacientes para valores entre 32 e 34 ºC. Pacientes comatosos e com hipotermia leve após a RCE não devem ser aquecidos ativamente. A monitorização de temperatura deve ser central, ou seja, por meio de termômetros no esôfago, bexiga ou em cateteres de artéria pulmonar.

(2) Controle hemodinâmico e ventilatório: Quadros de hipotensão no pós-PCR devem ser tratados com ressuscitação volêmica e, quando necessário, noradrenalina ou outras drogas vasoativas a depender do caso clínico específico. O Objetivo é manter a PAS ≥ 90 ou PAM ≥ 60 ou 65 mmHg. A ventilação deve objetivar saturação de O² ≥ 94% a 98% ou uma pressão parcial de oxigênio arterial de 75 a 100 mmHg, sem, no entanto, haver hiperóxia. Recomenda-se o uso de 100% de oxigênio inspirado até que a saturação de oxigênio no sangue arterial ou a pressão parcial de oxigênio no sangue arterial possam ser medidas de forma confiável em adultos com retorno da circulação espontânea. A PCO² deve ser mantida entre 35–45 mmHg, ou seja, normocapnia

(3) Reperfusão coronária: Reservada para os pacientes que apresentem evidências de que a causa da PCR foi um IAM com supra de ST, por exemplo, quando há supra de ST no ECG após o retorno da PCR.

(4) Controle glicêmico e metabólico: Considerar estratégias visando um controle glicêmico moderado (140 a 180 mg/dL). Evitar a hipoglicemia (< 70 mg/dL). Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos, atenção especial às alterações de potássio para evitar recidiva de arritmias.

(5) Controle neurológico: Deve-se incluir o eletroencefalograma contínuo como ferramenta essencial no manejo pós-PCR para monitorar convulsões subclínicas e atividade elétrica cerebral, especialmente em pacientes em coma induzido por controle terapêutico de temperatura. Não se recomenda o uso rotineiro de anticonvulsivantes profiláticos.