Acreditamos que seja importante conhecer as bases do tratamento do distúrbio de desejo sexual, pois há intersecção com outros temas em ginecologia, como climatério. A terapia inclui medicamentos (hormonais e não hormonais) e psicoterapia.

O primeiro passo do tratamento é a etapa não farmacológica, que visa compreender os aspectos sociais, emocionais e psicológicos da sexualidade da paciente, além de abordar a relação com os parceiros ou parceiras.

Sabe-se que na pós-menopausa há uma queda dos níveis de estrogênio e androgênio que contribui para a diminuição do desejo sexual, porém, na maior parte dos casos, esse não é um fator isolado nos sintomas. Em pacientes que têm indicação de terapia hormonal e que estejam na janela de oportunidade, o uso da tibolona pode melhorar o distúrbio do desejo sexual hipoativo; esse efeito se dá pela ação androgênica da própria molécula e pela redução dos níveis de SHBG.

Em relação à reposição androgênica, não existe uma formulação aprovada para tal finalidade no Brasil. Apesar disso, a literatura médica autoriza o uso de androgênios nos casos de distúrbio do desejo sexual em mulheres no climatério e no pós-menopausa e que não responderam à terapia hormonal convencional.

Segundo o último posicionamento da FEBRASGO, temos as seguintes recomendações:

os androgênios são indicados para o tratamento da disfunção sexual;
não há formulações aprovadas no mercado;
testosterona em gel manipulada pode ser considerada uma opção terapêutica para o desejo sexual hipoativo, em mulheres na pós-menopausa;
recomenda-se dosar testosterona antes de iniciar o tratamento e após três a seis semanas de uso, para evitar níveis suprafisiológicos, além de monitorar o aparecimento de potenciais efeitos de excesso de androgênios;
ela pode ser empregada em conjunto ou não com a terapia estroprogestativa;
não há dados suficientes sobre eficácia e segurança a longo prazo;
não há segurança no uso por mais de 2 anos.

Consideramos que a questão deveria ser anulada, pois há mais de uma resposta correta.