Gabarito: A

COMENTÁRIO – BRUNO FERRAZ – CARDIOLOGIA / TEMA: DISLIPIDEMIAS

O diagnóstico de miopatia sintomática induzida por estatina com anormalidades laboratoriais (aumento da CPK sérica) é tipicamente direto e baseia-se em uma associação temporal, tanto com o início da terapia com estatina quanto para a resolução com a retirada da estatina. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas musculares sem elevação da CPK. Em alguns casos, pode ser difícil ter certeza se os sintomas musculares são causados pela estatina.

O julgamento clínico é necessário na interpretação dos níveis aumentados de CPK em pacientes em uso de estatinas. As elevações da CPK podem estar relacionadas ao hipotireoidismo ou lesão muscular relacionada aos esportes. Pacientes que praticam esportes de alto impacto devem ser aconselhados a realizar medições da CPK antes de se exercitarem. Outras condições que aumentam o risco de miopatia são: idade > 80 anos, portadores de hipertensão, diabetes, disfunção renal, disfunção hepática, uso de medicamentos que interferem no citocromo CYP3A4 ou de fibratos (especialmente genfibrozila), baixo IMC e etilismo.

As diretrizes não sugerem monitorar rotineiramente os níveis séricos de CPK em pacientes em uso de estatina. Obter um nível basal de CPK para fins de referência antes de iniciar a estatina pode ser útil. Os pacientes tratados com estatinas devem ser alertados para relatar o novo início de mialgias ou fraqueza.

As estatinas com menor toxicidade muscular são: pravastatina, pitavastatina e fluvastatina. Em pacientes que desenvolvem miopatia sintomática, está indicado a troca para uma dessas opções.