GABARITO: ALTERNATIVA C

O que o examinador espera que você saiba com esta pergunta?

O principal objetivo é que você compreenda a anatomia do tornozelo e, secundariamente, o conceito de entorse. A Unifesp, como de costume, gosta de associar conceitos anatômicos ao trauma ortopédico.

O que você precisa saber para responder a esta questão?

Anatomia: os ligamentos do tornozelo, ao contrário do joelho, são mais importantes para propriocepção do que para estabilização. A anatomia óssea do tornozelo o torna uma articulação particularmente estável, de forma que apenas traumas de alta energia conseguem promover uma luxação desta articulação.

Lateralmente, o tornozelo possui o complexo ligamentar lateral, composto pelos ligamentos talofibular anterior, posterior e calcaneofibular. Medialmente, ele possui o ligamento deltoide, um complexo ligamentar semelhante, porém com camada superficial e profunda e ainda mais estável. O ligamento tibiocalcâneo faz parte do ligamento deltoide.

Observa na figura abaixo.

Entorse: diferente de luxação, em que há incongruência articular, geralmente secundária a um trauma, na entorse (que obrigatoriamente envolve uma articulação, sendo diferente da distensão, que acomete músculos ou tendões) há um movimento súbito articular, com energia insuficiente para gerar uma luxação ou uma fratura (que envolve o osso). Na entorse, ocorre uma distensão ligamentar ou tendínea. No caso do tornozelo, a principal forma de trauma é com o pé em supinação (com a planta virada para dentro) e rotação externa (do corpo) – o que gera o padrão mais comum de fratura e o padrão mais comum de lesão ligamentar.

Biomecânica da entorse do tornozelo: a lesão ligamentar do tornozelo progride de anterior para posterior, acometendo, assim:

1º: ligamento talofibular anterior

2º: ligamento calcaneofibular

3º: ligamento talofiobular posterior

A depender da energia do trauma, a lesão progride para o maléolo medial.